Num país com uma elevada taxa de suicídio, a Coreia do Sul, uma clínica psiquiátrica sugere medidas radicais para lidar com a depressão. Os participantes são convidados a participar no próprio funeral, dentro dos caixões, entre outros ‘exercícios’.
Se a melhor forma de superar o medo é enfrentar esse mesmo medo, o que fazer num país onde é habitual o medo da morte, como acontece na Coreia do Sul?
Para o Centro de Reabilitação Hyowon, uma clínica especializada em tratamentos psiquiátricos em Seul, a resposta está nos funerais falsos.
Entre outros exercícios, os participantes são convidados a participar no próprio funeral, na mesma forma em que vão estar quando for real: dentro do caixão.
No país com a mais elevada taxa de suicídio do mundo, estas medidas radicais estão a ter uma boa aceitação.
As práticas da clínica tornaram-se conhecidas com o trabalho de Françoise Huguier, uma fotógrafa francesa que visitou o Centro de Reabilitação Hyowon.
Em declarações à CNN, a fotógrafa explicou que esta “morte experimental” serve para os participantes experimentarem “uma melhor apreciação da vida” e sentem-se mais aliviados após participarem nos funerais falsos.
As estatísticas oficiais mostram que, por dia, ocorram 39 suicídios na Coreia do Sul, a grande maioria dos quais cometidos por jovens.
Para além de ficarem nos caixões, com o traje com que pretendem ser enterrados, os participantes têm ainda de escrever uma despedida com os motivos pelos quais querem ser lembrados.
Esse documento é lido em voz alta na reunião de grupo.
Nos caixões, que ficam numa sala às escuras e em silêncio, os participantes têm de ‘ficar mortos’ durante dez minutos.
“Agora sabem com o que se parece a morte”, comenta, no final, o diretor da clínica: “Estão vivos. Agora vão e lutem pela Coreia”.
Se há quem entre em pânico ou tenha um ataque de claustrofobia, também há quem aproveite para fazer umas selfies.