Contadores de eletricidade com relógio desacertado são mais de 43 por cento nas contas da Deco

Os contadores de eletricidade em que o relógio está desacertando, provocando erros na faturação da tarifa bi-horária, são mais de 43 por cento nas contas da Deco, número bem superior aos 12 por cento avançados pela empresa prestadora do serviço, a EDP.

Quase metade dos contadores de eletricidade podem ter desajustes que, na tarifa bi-horária, têm repercussão na faturação do consumo final. As contas são da associação de defesa do consumidor Deco, que discordou dos números avançados pela empresa prestadora do serviço, a EDP, e avançou para um estudo independente.

“O cenário é mais grave do que a EDP admitiu. A nossa análise no continente prova que, em cada 10 contadores multitarifa, mais de quatro tinham o relógio desacertado. Nos Açores e na Madeira também há erros”, garantem os técnicos da Deco, como refere uma nota publicada no site.

No que concerne à medição da tarifa bi-horária, segundo o estudo da associação, “mais de 43 por cento dos contadores observados em Portugal continental apresentava erros iguais ou superiores a três minutos. Ora, os 106.000 casos reportados pelo distribuidor somam apenas 12 por cento do universo de contadores multitarifa instalados”. A estes há que somar os incidentes nas regiões autónomas, que “avolumam o problema”.

No estudo, os técnicos da Deco conferiram que o relógio integrado nos contadores apresentava um desacerto mais prolongado do que três minutos em 43 por cento dos casos, superando a tolerância legal de 2,5 minutos por ano. Mais: “a maioria dos contadores com a hora errada apresentava uma diferença até 10 minutos, mas em cerca de 17 por cento o desajuste era superior a 20 minutos”.

Em média, o desajuste rondava os 24 minutos, quando em atraso, e os 19 minutos, nas situações em que o relógio estava adiantado. A Deco conferiu ainda a existência de “3,6 por cento de contadores multitarifas com a data desacertada”, os quais “apresentavam diferenças entre 31 dias a menos e oito dias a mais”.