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Há riscos para a saúde devido ao consumo excessivo de sementes

sementesOs médicos estão preocupados com as sementes. Há cada vez mais pacientes com problemas associados a um consumo excessivo e não há controlos de qualidade que assegurem as boas condições destes alimentos.

Sementes como quinoa, girassol, sésamo e chia fazem parte das refeições de um número cada vez maior de pessoas, mas, de acordo com os clínicos, há quem esteja a abusar destes alimentos, em especial por causa dos riscos desconhecidos: é que as sementes chegam ao mercado sem passarem por controlos de qualidade como acontece com outros alimentos.

“São produtos vendidos em supermercados, em casas comerciais sem controlo de qualidade nenhuma, induzindo nas pessoas a ideia de que podem consumir à vontade, que é muito saudável, e que não desencadeia qualquer tipo de situação ou sintomas colaterais, mas isso não corresponde à verdade”, salientou o presidente da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia, José Cotter, em declarações à agência Lusa.

Para o  médico, há cada vez mais pessoas a consumirem sementes “indiscriminadamente” e “excessivamente” com “o objetivo principal de estimular o intestino”.

Em consequência, são cada vez mais os pacientes a acusar “sintomas de mal-estar”, como muita flatulência ou oclusão intestinal (nos casos mais graves), quando “a solução do problema é reduzirem a ingestão” de sementes.

“É muito frequente” aparecerem nas consultas de gastroenterologia doentes com este tipo de sintomas, garantiu José Cotter.

O risco pode ser minimizado com o aconselhamento clínico, pois há sementes que estão contra-indicadas em doentes com determinadas patologias, como a doença de Crohn ou perturbações no tubo digestivo.

“O que pode ser verdadeiramente preocupante” é os consumidores acharem que “as sementes são a panaceia dos maus hábitos alimentares”, complementou a bastonária da Ordem dos Nutricionista, Alexandra Bento.

Cevada, aveia, arroz e trigo são sementes que fazem parte do “dia alimentar”, continuou a especialista, mas “há novas sementes” (como as de abóbora, quinoa, sésamo, trigo-sarraceno ou linhaça) que as pessoas acreditam terem “um valor nutricional acrescido” e consomem-nas em excesso.

“As sementes são saudáveis” e “importantes para alimentação”, porque são ricas em fibras, vitaminas, minerais e outros fitoquímicos, salientou a nutricionista, mas não se pode é pensar que vão resolver os problemas alimentares: “A alimentação saudável é aquela que se pauta pelo equilíbrio, pela variação e pela variedade de alimentos”.

O risco desta “nova moda” é a maneira como as sementes estão a ser ingeridas. O consumo pode ser “perigoso e incorreto” se for feito “sem a diluição perfeita, sem a trituração necessária” e de forma exagerada”, só porque pensa que é “tremendamente saudável, insistiu Alexandra Bento.

A especialista salientou ainda que é preciso acautelar que sejam cumpridas as regras de controlo em termos da legislação.

Como normalmente “as sementes são consumidas cruas ou minimamente processadas”, é fundamental acautelar o processo industrial para “evitar a contaminação inicial ou durante o processo de armazenamento e distribuição das sementes”, um controlo “muito importante para que não haja risco de micotoxinas”, substâncias químicas tóxicas produzidas por fungos.

A bastonária lembrou ainda que compete ao consumidor ter cuidados em casa, como ver os prazos de validade.

“As sementes podem estar no dia alimentar com conta peso e medida”, concluiu.

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