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Consultora Fitch Solutions corta previsão de crescimento de Angola para 1,5 por cento

A consultora Fitch Solutions reviu hoje em baixa a previsão de crescimento para Angola este ano, antecipando agora uma expansão económica de 1,5 por cento, quase metade dos 2,8 por cento previstos anteriormente devido à tendência decrescente da produção petrolífera.

“Revimos a nossa previsão de crescimento real do PIB para 1,5 por cento em 2018, em baixa face aos 2,8 por cento previstos antes, e antecipamos um crescimento de 2,3 por cento para 2019, face a 2,6 por cento antes, e de 2,6 por cento para 2020, em alta face aos 2,2 por cento que prevíamos antes”, diz a Fitch Solutions.

Numa nota enviada hoje aos investidores, e a que a Lusa teve acesso, os analistas desta consultora do mesmo grupo da agência de notação financeira Fitch, mas independentes na análise, escrevem que “apesar de Angola estar a sair da recessão nos próximos trimestres, a recuperação económica vai ser mais fraca que o antecipado anteriormente devido à tendência decrescente na produção de petróleo”.

O Governo reviu em agosto a previsão de crescimento para 2,2 por cento, face a 4,9 por cento na previsão anterior, e o FMI antevê 2,3 por cento de crescimento económico.

O consumo privado e o investimento público, acrescentam, “deverão manter o crescimento de Angola em terreno positivo a curto prazo, com um potencial para melhorar devido à assistência financeira internacional”, dizem os analistas, numa referência ao programa que o país vai negociar em outubro com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e que pode fazer entrar nos cofres do Estado cerca de 1,5 mil milhões de dólares.

No entanto, alertam, “a longo prazo, a alta exposição de Angola à volatilidade do setor petrolífero coloca riscos descendentes à previsão de crescimento económico”.

A revisão em baixa da previsão de crescimento económico “surge depois da divulgação, pelo Instituto Nacional de Estatística, de dados que mostram que o PIB diminuiu 2,2 por cento no primeiro trimestre deste ano, depois de crescimentos negativos de 2,6 por cento em 2016 e 2,5 por cento em 2017”, escrevem os analistas.

A alteração nos dados surge também devido à estimativa de produção de petróleo em Angola, que a Fitch Solutions estima ir descer nos próximos anos: “Um grande aumento de produção já não é previsto, já que os poços petrolíferos em maturação vão ter um declínio de produção mais rápido do que aquilo que antecipávamos”, concluem os analistas, apontando para uma queda na produção na ordem dos 1,9 por cento este ano, face aos níveis de 2017.

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