António Borges, consultor do Governo para as privatizações, adianta que o “ajustamento da economia” está feito e defende a cedência da gestão da RTP para terminar com a“extraordinária tentação que tem o poder público de intervir na televisão”.

Ainda não é a “luz ao fundo do túnel”, mas o mais difícil já passou, afirmou, ontem à noite, António Borges. O consultor do Governo para as privatizações sustentou que a “mentalidade de gastar excessivamente acabou”, pelo que o “ajustamento da economia” efetuado pelo executivo de Passos Coelho está praticamente concluído.

“Sabemos que estávamos a viver muito acima das nossas possibilidades e a viver exclusivamente de crédito externo, um crédito que acabou, e ficámos numa situação dramática. Esse problema está resolvido e a economia está equilibrada. Hoje, gastamos o mesmo que produzimos”, argumentou António Borges, no programa Última Palavra, da RTP Informação.

Estando na RTP e sendo o consultor do Governo para as privatizações, a notícia levantada pelo Expresso (de que o Estado poderá ficar como sócio maioritário da RTP e concessionar a gestão, mantendo os dois canais de sinal aberto) era um tema obrigatório. António Borges defendeu as vantagens de um modelo que ceda a gestão “de forma relativamente duradoura”, pois só assim será possível “eliminar” a “extraordinária tentação que tem o poder público de intervir na televisão”.