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Constâncio nega ter feito parte de “teia urdida” por Sócrates para controlar BCP

O ex-governador do Banco de Portugal (BdP) Vítor Constâncio garantiu hoje no parlamento que o supervisor não exerceu qualquer “interferência” nas lutas pelo poder no BCP em 2007.

“Não houve qualquer interferência na luta pelo poder [no BCP]”, disse Vítor Constâncio durante a sua segunda audição na comissão parlamentar de inquérito à recapitalização e gestão da Caixa Geral de Depósitos (CGD).

O também ex-vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE) referia-se às movimentações acionistas em torno do BCP e a uma reunião convocada pelo BdP em 20 de dezembro de 2007.

“Essa reunião foi com todos os acionistas principais, a informação dada foi igual para todos, e acabou por se dar a informação essencial publicamente”, afirmou Vítor Constâncio.

As conclusões dessa reunião foi que nenhum representante dos órgãos sociais do BCP de então estariam inibidos de concorrer à presidência do banco privado.

De acordo com o antigo responsável do BCE, as reuniões estiveram relacionadas com as denúncias sobre as contas ‘offshore’ do BCP.

Constâncio tinha já referido anteriormente, na audição de hoje, que “vários acionistas queriam saber se as notícias eram verdade e queriam saber o que poderia acontecer ao banco”.

“Para não prejudicar ninguém decidimos – não fui eu – que era melhor convocar um grupo de acionistas, de acordo com a percentagem de capital”, afirmou.

Vítor Constâncio disse ainda aos acionistas, na reunião, “que se confirmavam coisas graves no BCP”, “que não poderia dizer nada sobre os processos enquanto eles estivessem a decorrer”, e ainda que os acionistas deveriam “estabilizar o banco”.

Constâncio recusou ainda que tenha feito parte de uma “teia urdida”, juntamente com Fernando Teixeira dos Santos (então ministro das Finanças) e José Sócrates (então primeiro-ministro), para controlar o BCP.

Em 11 de junho, em audição na mesma comissão parlamentar, Filipe Pinhal apelidou de “anómalo” o comportamento do BdP durante a ‘guerra’ pelo poder no BCP, e disse que só conseguia explicar o comportamento do governador “com desorientação”.

“O tratamento do BdP ao caso BCP, não apenas no dia 20 e 21 de dezembro [de 2007], como toda a instrução, é completamente anómalo”, disse aos deputados Filipe Pinhal.

Sobre o comportamento do então governador, Vítor Constâncio, Filipe Pinhal disse que o então líder do supervisor só poderia estar desorientado.

“Só o posso entender, numa pessoa habitualmente serena como Vítor Constâncio, com uma grande desorientação que estava justamente no dia em que ia começar o plano de ação para tomada do BCP”, afirmou Filipe Pinhal.

O ex-administrador do BCP classificou ainda Vítor Constâncio, Fernando Teixeira dos Santos [então ministro das Finanças] e José Sócrates de “triunvirato que deitou a bênção” sobre as operações que envolveram o BCP.

No dia seguinte, Vítor Constâncio considerou que Filipe Pinhal não tem “qualquer credibilidade”, acusando-o de ser “uma pessoa sem qualquer credibilidade” e classifica as suas declarações como “calúnias”, numa nota enviada à agência Lusa.

Lusa

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