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Durão afasta cenários “catastrofistas” um dia depois de De Grauwe falar na “falência de Portugal”

durao_barrosoDurão Barroso afirmou hoje não acreditar que Portugal caia em incumprimento e afasta “cenários catastrofistas”, mas o conselheiro de Durão no Banco Central Europeu afirmou o contrário: sem ajuda do “bombeiro” BCE, o Estado português “irá à falência”.

Durão Barroso falou de um Portugal “cumpridor”, que tem estado a “executar o programa de assistência com êxito”. Antes, De Grauwe apontava a falência como destino de Portugal. Mas Durão Barroso defende que “não há razão objetiva para se fale em incumprimento” português.

Provavelmente num comentário às declarações de Paul De Grauwe, Durão defendeu que “não há motivos para que se alimentem cenários catastrofistas”.

De Grauwe, conselheiro de Durão Barroso no Banco Central Europeu (BCE), alertou para o perigo do “pânico” que rodeia a economia portuguesa e salientou que, se a Banca europeia não for ao mercado socorrer Portugal, o País caminhará rumo “à insolvência”.

“Portugal foi capaz de apagar parte do incêndio, mas o fogo está a ganhar terreno e o BCE é o bombeiro”, explicou Paul De Grauwe, salientando que a queda da economia nacional “provocará o contágio” aos restantes países do Euro, a começar por Itália e Espanha, que já estão debaixo dos olhos dos especuladores.

“O problema português deve-se sobretudo ao medo, ao pânico. É preciso acabar com isto e só o BCE poderá fazê-lo”, nomeadamente através da compra de dívida nos mercados principal e secundário.

Este professor belga fez a já tradicional comparação com a situação grega: “se nada for feito, há cem por cento de certeza de que Portugal irá à falência e reeditar-se-á a situação da Grécia”. “Cem por cento de certeza”, mesmo estando a economia nacional “muito diferente” da grega.

Numa outra comparação, o conselheiro de Durão Barroso lembrou que “o setor bancário espanhol não está bem, está bem pior do que o português”, para desvendar um enigma que diz não entender: “por que razão os mercados têm mais confiança no Governo espanhol do que no português?”

As declarações de De Grauwe surgem em completa oposição às de Durão Barroso. O presidente da Comissão Europeia, que esteve hoje em Lisboa a participar numa cerimónia da Associação Industrial Portuguesa-Câmara de Comércio e Indústria, manifestou a confiança no trabalho que o País está a fazer: “Portugal tem vindo a executar o programa de assistência com êxito e com a aprovação dos parceiros europeus e internacionais. Não há, neste momento, qualquer razão objetiva para se fale em incumprimento ou para que se alimentem cenários catastrofistas”.

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