Tecnologia

Conheça a aplicação Stayaway Covid, recomendada por Costa e questionada pela DECO

Foi hoje apresentada, no Porto, a Stayaway Covid, uma aplicação móvel que faz o rastreio do novo coronavírus através do cruzamento de dados entre smartphones.

A app gera, em cada telemóvel, um código aleatório, para salvaguardar a identidade da pessoa, que depois troca (por bluetooth) com outros smartphones que também tenham a aplicação instalada.

Em caso de infeção por covid-19, o médico dá à pessoa um outro código, que ao ser introduzido (pelo utilizador) no telemóvel, de forma voluntária, informa a Stayaway Covid do risco de contágio.

Os smartphones que tenham no histórico um contacto próximo (inferior à distância social, de dois metros) com o telemóvel da pessoa infetada recebem então um alerta, sendo aconselhados a contactarem os serviços de saúde para saberem como proceder.

Por funcionar através de códigos gerados aleatoriamente, a Stayaway Covid assegura o anonimato dos utilizadores, de acordo com a página oficial da aplicação.

Para o primeiro-ministro, que marcou presença na apresentação da aplicação, instalar a Stayaway Covid é “um dever cívico”.

“Por favor, descarreguem a aplicação, não tenham receio. Entendam que é um dever cívico descarregar esta aplicação e sinalizarem se vierem a ser diagnosticados como testando positivo”, frisou António Costa.

No entanto, a associação de defesa do consumidor DECO já colocou dúvidas sobre a privacidade da app.

“Não podemos recomendar a instalação da StayAway Covid sem reservas”, alertou a DECO, apontando para “a possibilidade de uso não-declarado e indevido dos dados pessoais por parte da Google e da Apple”, em cujas lojas se pode descarregar a aplicação.

Por ser baseada no sistema Google/Apple Exposure Notification (GAEN), a Stayaway Covid “não permite um total escrutínio”, podendo ser utilizada por terceiros, nomeadamente as duas tecnológicas, para “uso não-declarado e indevido aos dados pessoais obtidos”, acrescentou ainda a associação de consumidores.

De acordo com a página oficial da aplicação, “os únicos dados manipulados pelo sistema são os números aleatórios gerados pelos telemóveis”.

Esses dados são guardados, no próprio smartphone, por um período entre 14 a 21 dias.

“Nenhum dado recebido pelo telemóvel sai, alguma vez, do telemóvel. Os dados recebidos, por conseguinte, não são armazenados em nenhum servidor ou base de dados”, indica ainda a página oficial.

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