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Conflitos armados em Moçambique são um risco para a atividade económica – Moza Banco

Os conflitos armados que se reacenderam em Moçambique representam um risco para a atividade económica no próximo ano, segundo o mais recente boletim económico do Moza Banco, quinta maior instituição bancária do país.

“Notamos que o agravamento dos riscos internos poderá condicionar a atividade económica no próximo ano”, refere o documento consultado hoje pela Lusa, ao comentar o crescimento de 6 por cento previsto pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

Segundo o gabinete de Estudos Económicos do Moza, “a intensificação do conflito armado no Cento e Norte do país será um fator inibidor ao livre movimento de pessoas e bens no território nacional, como também causador de destruição das escassas infraestruturas existentes do país”.

Em dois anos, no Norte (Cabo Delgado), um inimigo armado sem rosto já fez 300 mortes, afetou 60.000 pessoas, destruiu povoações, campos e tem perturbado as obras de construção dos megaprojetos de gás natural que se esperam impulsionem a economia.

No Centro (Manica e Sofala), 10 pessoas morreram e várias ficaram feridas desde agosto em estradas e povoações, alvejadas pelo que suspeita serem guerrilheiros dissidentes da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), afetando transportes de mercadorias e passageiros.

Apesar dos riscos, o banco acredita no crescimento da economia e na manutenção de níveis baixos de inflação.

O Moza prevê mesmo que o Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique baixe a taxa MIMO (um dos valores de referência do mercado monetário) ainda este ano.

A próxima reunião “está agendada para o dia 12 de dezembro, sendo expectável que a taxa seja reduzida em pelo menos 25 pontos base devido ao baixo nível de inflação no país”.

Em outubro, a taxa permaneceu inalterada em 12,75 por cento.

No que respeita ao mercado cambial, é esperada uma desvalorização sazonal do metical, moeda moçambicana.

“A evolução do metical justifica-se pelo aumento sazonal da procura de divisas por parte dos agentes económicos para a realização de importações de diversos produtos, em antecipação à quadra festiva”, acrescenta.

De qualquer maneira, segundo o Moza, o banco central está mais bem preparado que em anos anteriores, graças à tributação de mais-valias, da venda da Área 1 de exploração de gás natural na bacia do Rovuma, da Occidental à Total.

O Estado encaixou 880 milhões de dólares (800 milhões de euros) neste último trimestre, uma entrada de divisas que reforçou “as reservas internacionais brutas, para 3.902 milhões de dólares [3.551 milhões de euros}, o que permite cobrir mais de seis meses de importações”.

“O Banco de Moçambique apresenta-se reforçado para prevenir variações desequilibradas do metical”, conclui o boletim.

O Moza Banco é o quinto maior banco moçambicano em termos de ativos torais, segundo o mais recente ‘ranking’ do setor, publicado esta semana pela Associação Moçambicana de Bancos (AMB) e pela consultora KPMG.

O seu acionista maioritário é a Kuhanha – Sociedade Gestora de Fundos de Pensões, controlada pelo Banco de Moçambique.

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