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Condenado a 21 meses de prisão extremista que partilhou vídeo do massacre de Christchurch

Um extremista neozelandês foi condenado a 21 meses de prisão por ter partilhado o vídeo que o alegado autor do ataque em março contra duas mesquitas de Christchurch, que fez 51 mortos, transmitiu em direto, na rede social Facebook.

Philip Arps, de 44 anos, que já se tinha declarado culpado por duas acusações de distribuição do vídeo, foi detido em Christchurch quatro dias depois do ataque.

De acordo com o Tribunal Distrital de Christchurch, o homem distribuiu as imagens dos assassinatos para cerca de 30 pessoas, segundo a imprensa local.

O juiz do Tribunal Distrital de Christchurch, Stephen O’Driscoll, disse que, quando questionado sobre o vídeo, Arps descreveu-o como “impressionante” e não demonstrou nenhuma empatia pelas vítimas.

O juiz sublinhou que o extremista demonstrou pontos de vista fortes sobre a comunidade muçulmana e, com efeito, cometeu um crime de ódio.

Segundo Stephen O’Driscoll, o homem de 44 anos comparou-se a Rudolf Hess, um líder nazi ao comando de Adolf Hitler.

“Na verdade, foi um crime de ódio contra a comunidade muçulmana”, disse o juiz, acrescentando que a partilha do vídeo foi “particularmente cruel”.

Brenton Tarrant, alegadamente responsável pela morte de 51 pessoas em Christchurch, transmitiu os assassínios em direto pela rede social Facebook, tendo o vídeo ficado disponível e a ser partilhado em outras redes sociais, como o Twitter e o YouTube, durante várias horas após o ataque.

No dia 13 de junho, Brenton Tarrant declarou-se não culpado, anunciou hoje o seu advogado.

No decurso de uma transmissão audiovisual desde a prisão de alta segurança de Auckland difundida no tribunal de Christchurch, o advogado Shane Tait declarou que o seu cliente se declara “não culpado de todas as atas de acusação”, enquanto Tarrant permanecia sentado e silencioso.

Em 21 de maio, a polícia neozelandesa acusou de terrorismo Brenton Tarrant. As autoridades avançaram também com mais uma acusação de homicídio. No total, o australiano enfrenta 51 acusações por homicídio e 40 por tentativa de homícido.

No dia 15 de março, 51 pessoas perderam a vida e várias dezenas ficaram feridas num ataque indiscriminado contra muçulmanos que se encontravam em duas mesquitas em Christchurch, antes da oração do meio-dia.

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