Economia

Compra de participação timorense no Greater Sunrise adiada devido a regulador australiano

A compra de uma participação maioritária no consórcio do Greater Sunrise pela petrolífera timorense Timor Gap, por 650 milhões de dólares, terá que ser adiada pelo menos uma semana a pedido do regulador australiano, disse o presidente da empresa.

Francisco Monteiro, presidente e diretor executivo da Timor Gap, disse à Lusa que o adiamento, pelo menos até 05 de abril, foi pedido pelo Foreign Investment Review Board (FIRB) australiano, que tem que se pronunciar sobre a operação.

O FIRB examina propostas de estrangeiros que queiram investir na Austrália e faz recomendações ao Tesouro pelo que, no caso do consórcio dos poços do Greater Sunrise, o seu visto é essencial.

Monteiro disse à Lusa que apesar do adiamento Timor-Leste não será ‘multado’ pelas empresas vendedoras – os contratos de compra e venda definem que a compra tem que ocorrer até 31 de março – já que o adiamento não é da responsabilidade timorense.

O contrato prevê uma ‘multa’ diária de quase 48 mil dólares, por cada dia de atraso na concretização da operação.

A previsão inicial, explicou, era de que o FIRB anunciaria a sua decisão até 27 de março, permitindo a Timor-Leste concluir a compra das participações da ConocoPhillips e da Shell.

“Eles pediram mais uma semana até 05 de abril”, disse.

Praticamente todo o restante procedimento técnico para permitir a operação está já concluído, tendo a Timor Gap assinado o acordo com o Banco Central de Timor-Leste (BCTL), entidade que controla o Fundo Petrolífero timorense, de onde virão os fundos para a compra.

Com a concretização do negócio, acordado no ano passado com as petrolíferas, Timor-Leste assumirá uma participação maioritária de 56,6 por cento no consórcio do projeto onde estão ainda a petrolífera australiana Woodside, como operadora, e a Osaka Gas.

Numa recente entrevista à Lusa, Francisco Monteiro disse que Timor-Leste quer evitar recorrer ao Fundo Petrolífero (FP) para financiar os custos de capital (CAPEX) de até 12 mil milhões de dólares para o desenvolvimento do projeto do gasoduto para Timor-Leste e processamento na costa sul.

Após o início da produção, é esperado um retorno financeiro que pode alcançar os 28 mil milhões de dólares, explicou o responsável.

“A nossa estimativa conservadora é de que pelo menos 28 mil milhões entrarão no FP do Greater Sunrise, sem contar outros benefícios económicos como empregos criados, por isto ocorrer em Timor-Leste”, disse Monteiro.

No cenário mais conservador de lucros, as contas da Timor Gap assentam na previsão de que o Greater Sunrise tem reservas de 4,6 triliões de pés cúbicos de gás e 226 milhões de barris de petróleo, com um preço de 62,5 dólares por barril.

 

ASP // FST

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