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Compra da Anadarko pela Occidental mantém aposta em Moçambique

A compra das operações africanas da petrolífera norte-americana Anadrako pela Occidental não terá impacto na exploração de gás natural em Moçambique, asseguraram hoje os presidentes das duas companhias, prometendo que a operação vai “fortalecer o projeto”.

“Tenham, por favor, certeza do compromisso da Total em trazer o melhor das nossas capacidades humanas, técnicas e financeiras para fortalecer ainda mais a execução do projeto sobre as bases sólidas estabelecidas pela Anadarko e seus parceiros, e implementar o projeto Mozambique LNG no interesse de todos os envolvidos, incluindo o Governo e o povo de Moçambique”, disse o diretor executivo da Total, Patrick Pouyanné, citado num comunicado difundido pela Anadarko, que foi comprada pela Occidental, que venderá as operações africanas à francesa Total.

“A Occidental e a Total estão comprometidas com as operações da AMA1 em Moçambique e estão confiantes que a Transação não terá impacto adverso nos negócios da AMA1 em Moçambique”, lê-se no comunicado, que cita a presidente da Occidental a mostrar-se “fortemente comprometida em garantir que durante o período em que for proprietária da AMA1, a direção e o cronograma do projeto permaneçam inalterados”.

“Estou confiante que a estreita parceria que a Anadarko estabeleceu com Moçambique irá continuar e tornar-se-á mais forte”, afirmou Vicki Hollub no comunicado.

No comunicado, os responsáveis das duas petrolíferas procuram assegurar que a venda dos ativos africanos à francesa Total não vai ter impacto na exploração de gás em Moçambique, que deverá ser um dos principais motores de transformação da economia moçambicana.

“Gostaria de reafirmar a importância da Mozambique LNG para a Total, onde nos tornaremos o operador; este é um ativo único que se encaixa perfeitamente na nossa estratégia e nas nossas competências”, concluiu o presidente da Total.

A Anadarko Moçambique Área 1, Lda. lidera o consórcio que explora a Área 1 Offshore, com uma participação de 26,5 por cento.

A petrolífera norte-americana Occidental Petroleum comprou, por 55 mil milhões de dólares (49 mil milhões de euros), a sua rival Anadarko, companhia que lidera um dos maiores projetos de gás natural em marcha em Moçambique e em África, tendo acordado também a venda dos ativos em África à francesa Total por um valor de quase 9 mil milhões de dólares.

A nível global, a Total é um dos principais grupos mundiais de petróleo e uma empresa que conhece Moçambique.

A Total está presente no país no negócio dos postos de combustível e tem um historial de pesquisa de hidrocarbonetos ao largo da costa moçambicana, atividade em que participou até há três anos.

Após concluídos os negócios em preparação, deverá substituir a Anadarko como líder do consórcio da Área 1 de exploração de gás natural liquefeito (GNL), no norte de Moçambique, cuja produção deverá arrancar em 2024.

Em junho, o consórcio de exploração de gás natural em Moçambique, liderado pela petrolífera norte-americana Anadarko, anunciou o investimento na Área 1 da Bacia do Rovuma, em Cabo Delgado (norte de Moçambique), um dos maiores de sempre no país, avaliado em 25 mil milhões de dólares (22,2 mil milhões de euros), e que representa o dobro do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

Na semana passada, o Governo moçambicano e o consórcio da Eni e Exxon Mobil assinaram o segundo acordo complementar do contrato de pesquisa e produção de gás natural da Área 4, norte de Moçambique.

Os projetos de gás da Área 1 e Área 4 (liderado pela Exxon e Eni) deverão colocar Moçambique no ‘top 10’ dos maiores produtores mundiais e acelerar o crescimento económico para incrementos entre 7 por cento a 10 por cento ao ano.

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