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Companhia mexicana envolvida em queda de avião em Cuba já tinha queixas por segurança

A companhia aérea mexicana que detém o avião que caiu em Havana na sexta-feira, causando 110 mortos, já tinha sido alvo de duas queixas na última década, revela uma investigação da Associated Press.

Citando autoridades da Guiana, a agência de notícias dos Estados Unidos revela que a companhia aérea mexicana Damojh foi banida do espaço aéreo deste país sul-americano no ano passado.

Isso aconteceu depois de as autoridades guianesas terem descoberto que a tripulação da transportadora mexicana estava a autorizar bagagem acima do limite nos voos com destino a Cuba, disse à AP o diretor da aviação civil guianesa, Egbert Field.

Na sexta-feira, um Boeing 737, construído em 1979, despenhou-se poucos minutos depois de ter levantado voo, em direção a Holguín, num campo de cultivo a cerca de um quilómetro do terminal 1 do Aeroporto Internacional José Martí, em Havana.

A queda do avião provocou 110 mortos, onze dos quais estrangeiros, e três feridas, todas cubanas, que estão internadas no hospital Calixto García, em Havana, em condição estável, mas com “prognóstico reservado”.

O avião e a tripulação foram contratados pela companhia nacional Cubana de Aviación à mexicana Damojh. O ministro dos Transportes cubano, Adel Yzquierdo Rodriguez, adiantou que o avião estava a ser usado há menos de um mês e que a manutenção estava a cargo da companhia mexicana.

“Para nós, é normal alugarmos aviões. Porque é conveniente e por causa do bloqueio [dos Estados Unidos]. Por vezes não conseguimos comprar os aviões de que precisamos e, portanto, alugamo-los”, explicou o governante.

Segundo as autoridades mexicanas, a Damojh tem autorização para fretar aparelhos e o seu programa de manutenção passou num controlo realizado em novembro do ano passado.

Porém, segundo o piloto na reforma Ovidio Martinez Lopez, que trabalhou para a Cubana de Aviación durante mais de 40 anos, relatou no Facebook – e confirmou-o à AP – um incidente com a companhia mexicana, datado de 2010 ou 2011, em que um avião desapareceu do radar, levando as autoridades civis cubanas a suspenderem piloto e co-piloto por “graves questões técnicas” e a emitirem uma recomendação formal à companhia aérea nacional cubana para deixar de fretar aparelhos e tripulantes à Damojh.

O Governo mexicano garantiu, no sábado, que as autoridades nacionais de aviação civil vão desencadear uma auditoria à Damojh para verificar se “as atuais condições operacionais estão de acordo com as regulamentações” e enviar uma equipa de investigadores a Cuba.

Uma das caixas negras do avião foi recuperada “em boas condições”, mas as causas do acidente estão ainda por apurar.

Lusa

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