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Como vota uma pessoa com deficiência? Conheça um caso real

Raquel Banha nunca mais vai esquecer os problemas que encontrou quando, pela primeira vez, exerceu o direito de votar.

Esta jovem eleitora partilhou um desabafo no Facebook depois de, ao chegar à assembleia de voto, ver que tinha de votar num primeiro andar, estando ela numa cadeira de rodas.

“Chego ao meu local de recenseamento eleitoral e deparo-me com uma situação com a qual não estava minimamente a contar. Resumidamente: a minha mesa de voto encontrava-se no primeiro andar, sem elevador ou qualquer tipo de plataforma para subir”, contou Raquel Banha.

Partilhando uma fotografia na qual estão mais duas pessoas em cadeiras de rodas, a eleitora acrescentou: “E eu pergunto-me, num país em que é considerado civilizado e não do terceiro mundo, como é que esta situação pode existir?! Diz a lei que a mesa de voto e urna não podem sair do lugar pois os votos seriam todos anulados. Ao olhar em meu redor, vejo dezenas (para não dizer centenas) de idosos com dificuldades de locomoção, muitos deles com bengala ou muletas. Na minha situação, estavam mais duas senhoras em cadeira de rodas que, ironicamente, eram todas da mesma mesa que eu, ou seja, da secção do primeiro andar”.

Foi a primeira eleição de Raquel Banha, que chegou “confiante” e “contente por saber que iria finalmente contribuir para o nosso país com o meu voto”, e por isso a primeira vez em que ‘votou’ sem votar: “Conclusão, teve de o meu pai trazer-me a folha de voto e colocá-la depois na urna”.

Lembrando ter “o direito de ir votar sozinha”, a eleitora reivindica, para os próximos sufrágios, “ter todas as acessibilidades às quais tenho direito”, sendo tratado “de forma digna e igual”.

“Eu tenho o direito e dever de votar, tal como tenho o direito de ser eu própria a ir à mesa de voto e colocar o voto na urna. Tenho também o direito de não querer que pessoas estranhas me ‘peguem’ a mim e à minha cadeira para subir umas escadas, ato este que pode ser muito perigoso”, insistiu.

No apelo, que está a tornar-se viral, Raquel Banha salientou ainda que “as acessibilidades não se tratam só de deficientes como eu, mas sim de pessoas idosas com dificuldades de mobilidade, invisuais, entre tantos outros casos”.

“Sim, consegui de forma ‘deficiente’ votar, mas não da forma a que tinha direito. Acabei portanto a fazer uma reclamação, a qual fiz de forma muito orgulhosa”, concluiu a jovem eleitora, garantindo não ter “o mínimo orgulho no país em que vivo”.

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