Quando a Europa assistia a focos de indignação, em 2011, a ‘Geração à Rasca’ deu origem ao M12M – Movimento 12 de Março’, que hoje cumpre o primeiro aniversário. Mas, o que mudou no primeiro ano de vida deste movimento cívico? O que se planeia, que Portugal temos hoje, um ano depois? Qual a força de um movimento cívico, num persisten braço de ferro com o poder?
Completa-se hoje o primeiro aniversário do Movimento Doze de Março, que nasceu em sequência de um protesto da ‘Geração à Rasca’, contra a precariedade laboral. O M12M propunha-se reforçar, reformar e fortalecer a Democracia, assente na igualdade de oportunidades e no fim do trabalho precário.
O trabalho precário persiste, a Democracia permanece imutável, a igualdade de direitos não se concretiza. Mas mudou algo: os cidadãos estão mais atentos, vigilantes, na defesa de um Portugal que não coloque gerações à rasca.
As medidas de austeridade adicionais, numa classe média e baixa já sem margem de manobra para esforços adicionais geraram indignação. As suspensões de apoios sociais e a ausência de oportunidades de trabalho indignaram a chamada ‘Geração à Rasca’. Em março de 2011, três centenas de milhar de pessoas varreram todo o país.
A força dessa revolta foi de tal forma grande que este grupo ganhou um novo nome: Movimento 12 de Março. Em outubro, o movimento agigantou-se, com uma manifestação paralela em Portugal e Espanha.
Em Portugal, a ‘Democracia saiu à rua!’, em outubro, com concentração no Marquês de Pombal, para uma manifestação, e uma assembleia popular à porta do Parlamento. Durante a noite, decorreu uma vigília, numa altura em o M12M comemorou meio ano.
Como subscritores deste evento, ‘Democracia Verdadeira Já’, Acampada Lisboa, Indignados Lisboa, ‘Democracia Verdadeira Já Santarém’ e o M12M. Em Espanha, protestou-se no mesmo dia contra problemas sociais semelhantes.
Ao longo do ano, o protesto organizou-se e cresceu, com recurso à força das redes sociais. O M12M pretende “fazer de cada cidadão um político”, criar leis contra a precariedade, lutar contra o desemprego. Essas batalhas estão por vencer, num Portugal que vê o desemprego crescer e a precariedade laboral como destino.
Numa altura em que o mundo vive fenómenos de agitação social, e num momento em que o Governo português apela à paz social, as gerações mais jovens gritam “basta”. São gerações à rasca, que permanecem nesse estado, um ano depois da fundação de um movimento que se agiganta. Cumpriu-se o primeiro ano. Estará tudo como dantes?