Economia

Comissão Europeia afasta responsabilidades: “Memorando não é da troika, é do governo português”

jurgen krogerReunião entre os representantes da troika e os parceiros sociais decorreu esta manhã, na sede do Conselho Económico e Social (CES). No final do encontro, foram duas, as notas deixadas por Jürgen Krögen, representante da Comissão Europeia: o apelo ao diálogo político e o afastamento de responsabilidades pelos resultados do programa de ajustamento português.

À saída da reunião que juntou sindicatos, confederações patronais e representantes da missão da troika em Portugal – no âmbito da quinta avaliação ao memorando de entendimento – João Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio e Serviços (CCP), afirmou aos jornalistas ter existido um comportamento de “divisão de responsabilidades”, por parte dos representantes da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu (BCE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

“A última frase do representante [da Comissão Europeia] foi de que o programa de ajustamento não é da troika, mas do Governo. É politicamente significativo ter dito isso”, afirmou João Vieira Lopes.

Para João Proença, secretário-geral da UGT, organização igualmente presente na reunião, esta atitude revela que a troika não pretende assumir um mea culpa pelos resultados pouco positivos que o programa tem tido no combate ao défice público.

Há três dias, a unidade técnica do parlamento revelou que o défice público para este ano seria de 6,9 por cento, mais 2,4 por cento do que o previsto no memorando de entendimento. Isto, se novas medidas de austeridade não fossem aplicadas.

Relativamente a um eventual alargamento dos prazos de execução orçamental, no sentido de colmatar este desvio nas contas públicas – medida defendida tanto pelos sindicatos, como pelos patrões – os representantes da troika escusaram-se a clarificar a sua posição.

“Ficámos sem uma ideia clara em relação a isso, mas não houve sinais [de abertura] nesse sentido”, afirmou o presidente da CCP, no final da reunião.

Confrontados com uma solução que implique mais austeridade, patrões e sindicatos são unânimes em afirmar que não existe margem para mais sacrifícios.

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