O julgamento da morte de dois militares durante um curso de Comandos revelou um dado particularmente controverso, pois esta unidade de elite do Exército não tinha medidores de temperatura. Além disso, os instruendos não foram refrescados para… não atrasar o curso.
O capitão-médico Miguel Onofre Domingos explicou, em sessão de instrução do processo no Tribunal de Lisboa, que deu indicações para que os homens fossem refrescados.
No entanto, em declarações citadas pelo Jornal de Notícias, “o capitão Rui Monteiro recusou, alegando que ‘iria atrasar a instrução. E que só o faria mais tarde’.
Arguido no processo, Miguel Onofre Domingos revela ainda que fez “vários pedidos orais e por escrito” para que fossem dados materiais para apoio a situações de saúde ocorridas na instrução.
Entre os exemplos estão um termómetro que avalia não apenas a temperatura mas também o grau de humidade.
Só que esse material não estaria na posse dos militares na altura dos fatídicos acontecimentos.
Hugo Abreu e Dylan Araújo da Silva eram dois militares do 127.º curso de Comandos, que morreram durante os treinos, na região de Alcochete, no distrito de Setúbal.
O 127.º curso acabaria por ser suspenso, a fim de ser procederem a uma nova avaliação clínica dos formandos.
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