Um dia depois de a ministra da Justiça ter sido alvo de uma manifestação do movimento ‘Que se lixe a troika’, o organizador dos debates do Clube dos Pensadores, Joaquim Jorge, mantém a intenção de promover estas plataformas de discussão. “Já tivemos uma ameaça de bomba com Jerónimo de Sousa e fez-se o debate na mesma”, revela.
Os debates do Clube dos Pensadores, que se realizam em Vila Nova de Gaia, ficam marcados por manifestações, sempre que membros do Governo são convidados. Foi assim com Miguel Relvas, foi assim com Paula Teixeira da Cruz, ontem.
Apesar de tudo, Joaquim Jorge, organizador das iniciativas, não vai deixar de realizar ações do género, mesmo que se repitam protestos semelhantes.
“Vamos continuar a nossa saga de cidadania, pedagogia cívica, informação aos cidadãos, enquanto tivermos o interesse, mais uma vez, demonstrado com a sala completamente lotada. Já tivemos uma ameaça de bomba com Jerónimo de Sousa e fez-se o debate”, salienta, em declarações ao PT Jornal.
No entanto, Joaquim Jorge encontra diferenças entre o protesto de ontem e o que aconteceu aquando da presença de Miguel Relvas no Clube dos Pensadores.
“Ao contrário do que se passou num debate com Miguel Relvas, ontem não houve tentativa de boicote. Houve uma manifestação de cerca de 10 pessoas, com a duração de escassos minutos, que proferiram palavras de ordem”, conta.
Para Joaquim Jorge, “a comunicação social deveria noticiar o protesto, mas também dar o mesmo destaque ao teor do debate”. Por exemplo, “o fim das subvenções vitalícias dos políticos, normas para combater o enriquecimento ilícito, medidas de segurança para os agentes de execução ou administradores de insolvência”, entre outras.
O responsável do Clube de Pensadores até compreende os manifestantes. “Com um mínimo de esforço, conseguem passar a sua dupla mensagem: criticar o Governo e chamar à atenção para a manifestação nacional no dia 26 de outubro do movimento ‘Que se lixe a troika’”,diz.
Depois das manifestações, o debate com Paula Teixeira da Cruz “decorreu normalmente, como sempre controverso”.
