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Clara Schumann evocada com google doodle 193 anos depois do seu nascimento

clara schumannClara Schumann é recordada hoje, 13 de setembro, com um google doodle que assinala o 193.º aniversário da compositora e pianista alemã. Schumann foi um talento precoce, com uma história de vida tão romântica como as suas criações. A Google recria a pianista e a mãe de oito filhos que não desistiu das suas paixões.

Clara Schumann – nascida Clara Josephine Wieck, em Leipzig, a 13 de setembro de 1819 – é hoje alvo de uma homenagem da Google, que dedica um dos seus acolhedores doodles à compositora alemã, na data em que se assinala o seu 193.º aniversário.

A pequena Clara nasceu rodeada de uma família de músicos. O pai, Friedrich Wieck, era um pianista muito conceituado. A mãe, Marianne Wieck, também se dedicou à música, o que representou um apelo que viria a marcar a sua carreira.

Com 4 anos e depois do divórcio dos pais, Clara Schumann fica à guarda do pai, que lhe ensina as primeiras lições de piano quando Clara tinha apenas 5 anos de vida. A disciplina rígida de Friedrich acaba por assumir um papel fundamental na formação de Clara Schumann, também na música.

Não tardou até que Clara Schumann revelasse o seu talento, o inato e o adquirido, em diversas salas de espetáculo da Europa, enternecidas pela capacidade daquela menina de apenas 13 anos.

Um ano mais tarde, em 1833, começa a compor um concerto para piano, em lá menor, que viria a ser apresentado apenas quando Schumann contava 16 anos, sob orientação de Felix Mendelssohn.

Desde logo se percebeu que o mundo da música estava perante um talento precoce, quer no piano, quer a compor, numa altura em que diversos compositores românticos encantavam na Europa. Chopin e Carl Maria Von Weber são alguns dos nomes que marcam o percurso musical de Clara Schumann.

O pai de Clara era professor de piano de outro grande nome hoje gravado na história da música: o também compositor Robert Schumann. Ainda na adolescência, Clara inicia um romance com Robert, o que contraria a disciplina que Friedrich Wieck impunha.

Esta relação amorosa não foi aceite pelo pai de Clara, até porque Robert Schumann padecia de problemas alcoólicos, fumava em demasia e enfrentava repetidas crises depressivas. Robert não era o homem-tipo que Wieck equacionara para a filha e por isso impediu que Clara Schumann mantivesse a relação.

O que parecia ser uma divergência entre pai e filha acabou por redundar numa marca profunda na vida de Clara Schumann, já que o caso foi parar aos tribunais, porque Clara não aceitou ser afastada de Robert Schumann. Este compositor acabou por conseguir permissão para casar com Clara, depois de concluídos os 21 anos da sua amada.

Clara dá seguimento ao seu percurso artístico, mas em parceria com Robert Schumann: ele escrevia e compunha, ela interpretava. Mas a sua carreira de compositora e pianista foi prejudicada, em nome da família (oito vezes grávida…). O doodle da Google recria precisamente a mulher, a pianista e a mãe… Schumann tentou manter a mulher nos palcos, a compor e a encantar ao piano, mas surgiram então outras divergências de personalidade.

Clara Schumann gostava de tournées, Robert preferia a tranquilidade e o estudo. Os velhos problemas do marido acabaram por importunar a relação e Clara acaba por, sozinha, assumir as responsabilidades familiares.

Surge então uma depressão crónica de Robert Schumann, que acaba internado num hospital psiquiátrico, durante dois anos, até ao dia da sua morte. Clara Schumann fica viúva, com os filhos para educar e com a paixão pela música para alimentar.

Por ironia do destino, é nesta altura que se dedica com maior intensidade aos concertos ao piano e à composição. A carreira de Clara Schumann ergue-se e sai da sombra que o tempo produziu.

Torna-se amiga de Johannes Brahms – há boatos de que tiveram um romance – e encontra um pilar para desenvolver estética romântica da composição musical, em oposição a Wagner e Liszt.

Os derradeiros anos da vida de Clara Schumann acabam por ficar marcados por uma notável carreira como professora de música. Em 1878, foi nomeada professora de piano no Conservatório Hoch, cargo que ocupou até 1892.

Tornou-se reconhecida pelo seu talento, quer no piano, que como compositora. Sofreu um acidente vascular cerebral a 26 de março de 1896, morrendo em 20 de maio, aos 76 anos. Clara Schumann está sepultada em Alter Bonn Friedhof, ao lado do marido. Hoje, 193 anos depois do seu nascimento, é evocada com um Google doodle, que conta a história dos nomes do passado.

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