Cirurgião italiano fez primeiro transplante de cabeça em cadáver

Sergio Canavero e a sua equipa realizaram, com sucesso, o primeiro transplante de cabeça num ser humano cadáver. Foi o próprio cirurgião quem confirmou o sucesso do procedimento, esta sexta-feira, em conferência de imprensa.

Sergio Canavero notabilizou-se quando, em 2015, anunciou que estaria disponível para realizar o primeiro transplante de cabeça em humanos no ano de 2017.

A sua vontade tornou-se realidade.

O cirurgião italiano anunciou esta sexta-feira o sucesso da operação, num procedimento que durou cerca de 18 horas, realizado na Universidade Médica de Harbin, na China, por equipa liderada pelo chinês Xiaoping Ren, com quem Canavero tem trabalho.

O cirurgião confirmou, na manhã desta sexta-feira, que a cirurgia provou ser possível religar a coluna vertebral, os nervos e os vasos sanguíneos.

O próximo passo é o de efetuar o mesmo procedimento num ser humano vivo, um passo “iminente”, indica Canavero, que já tem inclusive um candidato à operação: um doente, de 30 anos, com atrofia muscular espinal, uma doença genética que se manifesta com a perda progressiva de força nos músculos.

Valeri Spiridonov, o paciente em causa, já havia manifestado o desejo de se submeter à operação pioneira em 2015.

A acontecer, a cirurgia consiste em transplantar a cabeça de Spiridonov para o corpo de um dador em morte cerebral. Para o sucesso, é necessário que o cérebro seja arrefecido até um temperatura entre os 10 e os 15º C, uma vez que, dessa forma, é possível prolongar a o tempo que as células cerebrais sobrevivem sem oxigénio.

Após a cirurgia, Spiridonov será induzido em coma durantre três a quatro semanas de forma a impedir qualquer movimento enquanto lhe são administrados imunossupressores para evitar a rejeição.

Apesar da operação já ter sido realizado em animais por Canavero, a comunidade médica e científica continua com muitas dúvidas sobre o a mesma.