António Saraiva, presidente da CIP, vê o país sem esperança, após novas medidas de austeridade do Governo. A escalada do desemprego pode criar explosões sociais. Os “portugueses que perderam a esperança” podem transformar-se em “seres socialmente perigosos”, se não houver pedagogia.
Em declarações à TSF, o presidente da CIP analisa o cenário que Portugal pode enfrentar, decorrente das dificuldades económicas das famílias, sobretudo daquelas que estão com problemas de desemprego e sem esperança.
António Saraiva considera que o Governo deve ter uma atitude pedagógica e explicar o sentido das medidas e políticas que adotou. Sob pena de se assistir a fenómenos de explosão social.
“Se as pessoas não tiverem a perceção de que os sacrifícios valem a pena – e que têm resultados concretos na melhoria da qualidade de vida –, receio que o elevado desemprego e a falta de experiência que está sobre os portugueses que perderam a esperança os transformem em seres socialmente perigosos”, referiu, àquele órgão.
Diversas personalidades têm apresentado uma visão crítica, sobre esta proposta de Orçamento de Estado, que prevê cortes salariais e abre poucas perspetivas de crescimento e de combate ao desemprego. Adriano Moreira considerou que a fome não é “um dever constitucional”.
Já Mário Soares chamou “delinquentes” aos membros do Governo. Ontem, Helena Roseta, em declarações à SIC Notícias, concordou com Mário Soares e defendeu mesmo que há “delitos” praticados pelo Governo, nos “ataques à Constituição”.