“Isto anda tudo ligado” é o título de uma exposição documental a inaugurar no sábado em Lisboa sobre os 50 anos do projeto editorial e cultural Ulmeiro, fundado por José Ribeiro em 1969, revelou a organização.
A exposição, com documentos do acervo de José Ribeiro de coleções particulares, é inaugurada na Fábrica Braço de Prata, em Lisboa, e pretende “revisitar uma experiência coletiva ‘sui generis’ que divulgou muitas ideias e obras de criadores da cultura portuguesa e universal”, sustenta o historiador Daniel Melo, um dos organizadores, em comunicado.
A par da mostra, que ficará patente até julho, estão previstas várias iniciativas culturais para recordar a Ulmeiro, nomeadamente uma feira do livro, tertúlias, música e exibição de documentários, um dos quais sobre a editora.
A primeira tertúlia está marcada para o dia 11, dedicada à edição independente, com a presença de Fernando Pereira Marques (A Regra do Jogo), José Ribeiro, Mariana Pinto dos Santos (Edições do Saguão e Pianola Editores), Pedro Piedade Marques (Montag) e Vasco Santos (Fenda e VS).
José Antunes Ribeiro fundou em 1969 a Ulmeiro, editora, livraria e distribuidora, “para integrar a resistência frentista à ditadura”, como explica o historiador Daniel Melo. O primeiro título, ainda hoje emblemático para a Ulmeiro, foi “Isto anda tudo ligado”, de Eduardo Guerra Carneiro.
“Surgida em pleno marcelismo, apoiou uma constelação de cooperativas, livrarias, editoras e grupos político-culturais que afrontou a ditadura e o colonialismo portugueses e se alimentou de imaginários da resistência e da contracultura”, refere a organização da mostra.
José Ribeiro, “livreiro-editor-poeta inquieto e inconformista”, tem vivido os últimos anos quase sempre na incerteza de poder fechar portas.
Em 2016, quando lançou o primeiro alerta de um possível encerramento, o livreiro lamentava à agência Lusa as transformações do panorama livreiro, a alteração do poder de compra dos consumidores, as mudanças conjunturais até do próprio bairro, de Benfica, onde a Ulmeiro ainda funciona.
“Um puto que nasceu numa aldeia onde não se lia, como era o meu caso, numa casa onde não havia livros, com pais analfabetos, que descobriu as bibliotecas [itinerantes] da Fundação Gulbenkian e teve uma professora primária, que teve uma influência enorme, opta por ir para Lisboa para ser livreiro, editor. E assim foi”, recordou José Ribeiro.
Meio século depois, o livreiro, agora com 77 anos, tem conseguido manter as portas abertas, apesar das incertezas e por entre milhares de livros espalhados pela livraria lisboeta.
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