Cigarro com sabor a mentol gera maior dependência, indica estudo que sugere proibição

De acordo com o estudo da FDA, os cigarros mentolados aumentam a dependência do tabaco e dificultam a cessação tabágica. Aquele regulador norte-americano poderá agora tomar decisões, entre as quais a proibição do consumo deste tipo de cigarros. Nos próximos dias, este tema será alvo de discussão, para se aprofundar o conhecimento sobre os efeitos dos cigarros mentolados na dependência do tabaco.

A agência norte-americana que regula a alimentação e medicamentos, Food and Drug Administration (FDA), divulgou nesta terça-feira um estudo onde sugere maior informação sobre os efeitos negativos na saúde dos cigarros mentolados e, eventualmente, a proibição da venda deste produto.

Segundo a FDA, há provas de que os cigarros com sabor a mentol provocam maior dependência do que os tradicionais, o que significa que a cessação tabágica é mais difícil, nas pessoas que consomem aquele tipo de cigarros.

Apesar de não representarem maiores riscos de padecer de doenças resultantes do consumo de tabaco, os cigarros com sabor a mentol tornam-se mais perigosos pela dificuldade que suscitam nos fumadores nas tentativas de abandonar o hábito.

E, nesse sentido, “os efeitos na saúde são mais prejudiciais [nos cigarros mentolados] do que os observados nos cigarros tradicionais”, defendeu a FDA.

Os resultados deste estudo foram divulgados pela agência AFP, que cita um relatório da FDA. De acordo com este documento, é necessária a “busca adicional” de informação que permita facilitar a tarefa do regulador em “tomar decisões”. E essas decisões podem passar pela proibição do consumo deste tipo de cigarros.

Nos próximos dias, este tema será alvo de discussão, para se aprofundar o conhecimento sobre os efeitos dos cigarros mentolados na dependência do tabaco. A FDA poderá, posteriormente, impor medidas no âmbito da sua missão reguladora do setor da alimentação e medicamentos.

Os cigarros mentolados estão a ganhar adeptos, segundo a informação recolhida pelo regulador norte-americano. Por outro lado, há indicadores de que o primeiro cigarro mentolado do dia é fumado, por regra, cinco minutos depois de o fumador acordar. Ou seja, a dependência é maior, em contraponto com os cigarros tradicionais.

Por outro lado, há provas de maiores dificuldades no sucesso das tentativas de cessação tabágica, segundo garante a Food and Drug Administration.

“Os fumadores de cigarros mentolados parecem depender mais da nicotina do que os que não fumam mentolados. Este pode ser um importante fator para conseguir deixar de fumar”, defende a FDA, no seu estudo, em declarações citadas pela AFP.

Nos EUA, 25 por cento dos cigarros vendidos são mentolados, cada vez mais opulares entre a população afro-americana jovem. Margaret Hamburg, comissária da FDA, apelida esta questão de “problema de saúde pública”.

O regulador está assim empenhado em, com base na informação científica recolhida, “tomar decisões fundamentadas” para combater este problema.

Por seu turno, a Campaign for Tobacco-Free Kids defende que este estudo é suficientemente sólido para levar a FDA a “reagir”, através “proibição” da venda e consumo dos cigarros mentolados.