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“Chicana política”, “crispação”, “ruído” e “caricatura” são os alertas deixados por Passos Coelho

passos coelhoNa antevisão de 2013 no campo político, o primeiro-ministro e presidente do PSD, Passos Coelho, deixou um alerta aos deputados ‘laranjas’: a oposição prepara uma “chicana política”, num “ambiente de crispação”, para criar “ruído” e fazer a “caricatura” do rumo traçado pelo Governo.

No ano do “enorme aumento de impostos” (Vítor Gaspar), a contestação social vai subir e o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, sabe que terá ainda maiores dificuldades em cumprir determinados objetivos, como a reforma do Estado. Daí que ontem, no jantar de Natal com os deputados do PSD, tenha enfatizado nos alertas para as dificuldades previstas para 2013.

O exemplo é recente: a polémica, de anteontem e ontem, com um requerimento potestativo do PS chumbado numa comissão parlamentar e transferido para outra. “O que se tem passado nas comissões parlamentares é uma mostra do que se está a ensaiar para o próximo ano: um ambiente de crispação que pretende transformar todo o debate numa chicana política”, referiu Passos Coelho.

Para o presidente do PSD, é claro que a oposição tem a “intenção de criar ruído” aquando da discussão da reforma do Estado, quando se deveria ter “reflexão e serenidade”. Uma situação intolerável, acrescentou, numa referência aos discursos recentes do PS: “dizer ao país que fazer esta reforma é acabar com o Estado Social não é só uma caricatura, é de uma falsidade que não podemos tolerar”.

“Alívio fiscal”

O PSD, insistiu o líder, precisa de obter um “alívio fiscal” a curto prazo, pois “a economia tem de respirar e isso exige que o esforço fiscal não se perpetue”, mas o caminho não será fácil. Para que esse “alívio” aconteça, o Estado tem de ser reformado, o que só pode ser feito em diálogo com a oposição. Por isso, Passos Coelho aconselhou “um suplemento de serenidade” aos deputados sociais-democratas.

Isto porque o PS tem vindo a “radicalizar o discurso e a ação política”, como complementou Luís Montenegro, o líder da bancada ‘laranja’, no mesmo jantar. Acusando António José Seguro de “falta de coragem”, Montenegro criticou o líder do PS por anunciar o apoio ao pedido de fiscalização sucessiva do Orçamento de Estado, que alguns deputados socialistas se preparam para apresentar.

“Um caminho melhor”

Antes, Passos Coelho já tinha levado um recado de Cavaco Silva, durante o protocolo de troca de cumprimentos entre o Governo e o Presidente da República. “Este é também mais qualquer coisa que um tempo de Natal, é também o aproximar de um fim de ano, portanto, é um tempo para pararmos um pouco, olharmos à nossa volta e refletirmos sobre aquilo que fizemos, aquilo que deixámos de fazer, aquilo que não devíamos ter feito, aquilo que podíamos ter feito melhor”, disse Cavaco Silva.

O chefe de Estado exortou o chefe de Governo a “trilhar um caminho melhor” em 2013, um ano muito exigente para “quem tem a responsabilidade de governar”, acrescentou: “não é um tempo fácil. Não é fácil para os portugueses e não é fácil para os governantes”. São, disse Cavaco, “os ossos do ofício, como costuma dizer o nosso povo”.

Na resposta, Passos Coelho agradeceu “ao senhor Presidente da República toda a cooperação institucional que tem proporcionado” ao Governo, permitindo que o exercício governativo possa ser “desenvolvido num espírito patriótico de entregar ao país aquilo que os portugueses merecem”.

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