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Chelsea-Benfica: Danos colaterais podem ser inventados para centrais

benfica_jorge_jesus_1Fosse esta noite a questão da desvantagem na eliminatória a única dor de cabeça de Jorge Jesus, que vai ter de puxar pelos neurónios para arranjar dois centrais improvisados, que terão a difícil tarefa de anular jogadores como Fernando Torres.

Benfica chega a Stamford Bridge com a missão de surpreender, ou nem por isso. O sucesso das equipas portuguesas com as formações da terra de Sua Majestade já não é de agora. Recentemente, uns milionários de azul celeste foram ‘à vida’ com o Sporting na Liga Europa, logo não se trata de um sonho, mas de uma hipótese bem ao alcance das águias.

No entanto, fosse essa a única dor de cabeça de Jorge Jesus. Com Garay, Miguel Vitor e Jardel de fora por lesão, o técnico encarnado rezará até à noite para que algo divino faça o problema de Luisão desaparecer, ou no mínimo acalmar, para que o central brasileiro possa ser como é costume o pilar à frente de Artur.

Caso tal não aconteça, Jesus deve mesmo bradar aos céus, para depois cair na realidade e fazer aquilo que é pedido aos grandes génios – inventar.

E dos adeptos benfiquistas vem o medo, o medo de ver um dano colateral transformar-se num dano central. Emerson, o lateral esquerdo mal amado, pode ser colocado no centro da defesa. A mera possibilidade de isso acontecer faz qualquer fã dos vermelhos deitar por terra qualquer esperança na chegada às meias-finais da prova. Dos dois lugares disponíveis um parece estar preenchido. Javi Garcia deixará o meio campo e vai jogar a central. A outra vaga depende unicamente da condição de Luisão.

O resto do 11 também dependerá sobretudo das adaptações que terão de ser feitas. Sem Javi, Matic entrará para a zona do trinco. Witsel deverá marcar terreno também no meio campo, mas vista a história recente do Benfica, e vista bem a polivalência do médio, se Luisão não recuperar, colocar o belga ao lado de Garcia no centro da defesa é um cenário possível.

Pablo Aimar, fresco depois do castigo frente ao SC Braga, comandará quando for hora de atacar, à partida quase sempre no contra-ataque, e deixará para Óscar Cardozo a tarefa de tentar violar a baliza de Petr Cech. Bruno César e Gaitán, os dois que minaram a defesa bracarense no segundo minuto dos descontos do jogo do passado sábado, devem ser os extremos.

A frente, onde há ainda Nélson Oliveira, Rodrigo e Saviola, não preocupa ao treinador encarnado. O alinhamento da equipa principal será sempre condicionado, ou não, pela situação de Luisão. Verdade é que a indisponibilidade do internacional brasileiro pode fazer com que a equipa tenha toda, ou quase toda, de ser mexida. Caso o tal ser divino queira fazer das suas esta noite, Javi Garcia será à partida o único adaptado, numa posição que já faz parte do seu conhecimento dentro das quatro linhas.

Do lado do Chelsea a época está em causa. O quinto lugar na Premier League, quando faltam sete jogos para o final, não chega nem de perto nem de longe para satisfazer os adeptos dos ‘blues’, que desta forma até podem ficar fora da ‘Champions’ na próxima época. Formação de Di Matteo vem de vitória fora por 4-2, no terreno do Aston Villa, e com a moral em alta devido à vantagem na eliminatória, algo que até se pode tornar um problema para a equipa inglesa, que espera um Benfica que não chega na máxima força a Londres, e que pode por isso surpreender.

Eis as equipas prováveis

Chelsea: Petr Cech, John Terry, David Luiz, Ashley Cole, Ivanovic, Obi Mikel, Raul Meireles, Lampard, Juan Mata, Fernando Torres, Ramires.

Benfica: Artur, Maxi Pereira, Luisão, Javi Garcia, Emerson, Matic, Witsel, Aimar, Gaitán, Bruno César, Óscar Cardozo.

Chelsea-Benfica, segunda mão dos quartos de final da Liga dos Campeões, para seguir a partir das 19h45 na RTP1.

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