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Chelsea-Benfica: Águias afastadas da prova dos milhões

liga_dos_campeoes_1Vitórias morais não dão pontos nem eliminatórios mas uma vénia deve ser feita à formação de Jorge Jesus, que com ou sem centrais foi melhor que o Chelsea no conjunto das duas mãos. Grandes penalidades nos dois jogos decidiram, e além da demonstração de categoria do futebol português, fica também demonstrado a categoria dos árbitros portugueses, que em nada são inferiores aos estrangeiros.

Jorge Jesus chegava a Stamford Bridge com a cabeça do avesso. Com Miguel Vítor, Garay e Jardel lesionados, restava apenas um central de raiz, Luisão, que ainda fez um teste no relvado mas acabou por ficar também de fora.

Dando o peito às balas, à boa maneira do técnico do Benfica, Jesus não hesitou em colocar Emerson e Javi Garcia lado a lado no centro da defesa. Maxi ocupou o lugar do costume enquanto que no lado esquerdo esteve Capdevila, pela realizou o primeiro e o último jogo pelo Benfica esta época. Daí para a frente nada surpreendente. Matic foi o trinco ao lado de Witsel enquanto que Aimar, Gaitán e Bruno César tentaram municiar Óscar Cardozo.

Do lado do Chelsea estava a segurança. A vitória na primeira-mão dava a Roberto Di Matteo a possibilidade de gerir e ter sempre prontos para arrancar Ramires, Torres e Mata.

O jogo não tem grande história até ao minuto 20, altura em que surge o primeiro da partida, de grande penalidade. O eslovaco Damir Skomina não teve dúvidas em ver a carga de Javi Garcia sobre Ashley Cole, num lance que para aqueles lados até nem é costume ser falta. Contudo, o médio, que foi esta noite central, é imprudente na forma como aborda ao lance.

O Benfica ia jogando com a sua troca de bola habitual mas não chegava. Eram precisos dois na baliza de Cech mas na verdade, enquanto foram 11 contra 11, os azuis não demonstraram qualquer superioridade sobre as águias. Outro lance determinante da partida surge aos 40 minutos, quando Maxi Pereira é expulso. O segundo amarelo é bem mostrado ao Uruguai, que havia visto o primeiro no lance do penálti, por protestos. Aliás, nessa altura e em apenas sete minutos, Skomina mostrou a cartolina amarela a quatro jogadores do Benfica, a maioria por protestos, não vale a pena explicar porquê.

Em cima do intervalo os encarnados ficavam com 10 e nem todos eles nos seus lugares. O cenário não era dos melhores e quem não tivesse visto o primeiro jogo na Luz, nem a primeira parte desta noite, olhando para os nomes das duas equipas a aposta para os segundos 45 minutos era de goleada do Chelsea.

Pois bem, quem viu o primeiro jogo e os primeiros 45 minutos teria por ventura uma opinião contrária, que viria a ser confirmada após o apito final, mas já lá vamos.

No segundo tempo os ‘blues’ remeteram-se mais uma vez ao seu meio campo. Certo é que não faltaram oportunidades para o 2-0 e Artur ainda foi chamado algumas vezes. Jorge Jesus mudou toda a frente de ataque, duramente desgastada com o passar do tempo. Primeiro foi Nélson Oliveira, para o lugar de Cardozo. Entraram ainda depois Rodrigo, para o posto de Bruno César, e Gaitán deu o seu lugar a Yannick Djaló.

Os encarnados acabam por chegar ao empate a cinco minutos do fim. Canto batido por Aimar, a defesa azul fica a dormir, e Javi Garcia subiu lá cima para bater Cech. Faltavam cinco mais descontos e as águias tinham toda a legitimidade de sonhar com os Barcelona nas meias finais.

Raúl Meireles, já para lá do minuto 90, acaba por fazer o 2-1, num fantástico remate de fora de área depois de roubar a bola a Aimar, que podia ter iniciado nova jogada de ataque.

O Benfica sai de Stamford Bridge com sabor amargo mas sobretudo da eliminatória na totalidade dos dois jogos. Em nada os encarnados foram inferiores, apenas talvez na capacidade de finalização, ou apenas talvez na grandeza que os clubes portugueses não têm perante os ‘tubarões’ europeus.

Com o futebol demonstrado pelo Chelsea, que demonstrou nestes ‘quartos’ por que é quinto na Premier League, adivinha-se uma eliminatória fácil para o Barcelona nas meias-finas desta prova dos milhões.

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