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‘Chef’ justifica longevidade do Vila Joya no Guia Michelin por estar “no paraíso”

O Vila Joya, no Algarve, deverá tornar-se em 2019 no ‘recordista’ dos restaurantes portugueses distinguidos pelo Guia Michelin, com 26 anos consecutivos, o que se explica, segundo o ‘chef’ austríaco Dieter Koschina, por se encontrar “no paraíso”.

O restaurante, inserido no hotel com o mesmo nome, perto da Praia da Galé (Albufeira), ganhou a primeira estrela (‘cozinha de grande finura, compensa parar’) do Guia Michelin em 1994 e conquistou a segunda estrela (‘cozinha excecional, vale a pena o desvio’) cinco anos mais tarde, distinção que mantém até hoje.

Na história do Guia Michelin português, um outro restaurante teve uma estrela durante 25 anos – Porto de Santa Maria, em Cascais, entre 1984 e 2008.

Atualmente, outros quatro restaurantes portugueses têm duas estrelas: Ocean (Armação de Pêra), desde 2012; Belcanto (Lisboa), desde 2015; Il Gallo d’Oro (Funchal) e The Yeatman (Vila Nova de Gaia), ambos desde 2017. Portugal tem ainda 18 restaurantes com uma estrela, dos quais o mais ‘antigo’ é o Henrique Leis (Almancil), desde 2001.

Koschina, que vive em Portugal desde 1991, justifica a longevidade do Vila Joya no Guia Michelin: “Vivo numa zona de paraíso, com sol e produtos de mar. O que se pode querer mais?”.

O austríaco destaca a qualidade do peixe português: “A minha motivação é o Atlântico, cheirar os produtos [do mar], visitar os pescadores em Sagres. Todos os cozinheiros do mundo visitam Sagres e ficam impressionados com a qualidade”.

Ao contrário do que é usual nos restaurantes de alta gastronomia, com menus fixos que vão sendo alterados com regularidade, no Vila Joya nunca há duas refeições iguais.

“Isto não é um restaurante, é um hotel. As pessoas todos os dias comem pequeno-almoço, almoço e jantar. É preciso trocar sempre o menu”, que se baseia no “produto fresco e com um grande nível de qualidade”, relatou.

“O cliente diz ‘uau’. Se gosta, amanhã vai ter novo menu, com uma nova inspiração”, acrescentou, falando num português com uma acentuada pronúncia germânica.

Dieter Koschina acredita que a alta cozinha portuguesa vive um momento bom, com “muitos novos cozinheiros a fazerem uma cozinha completamente diferente da tradicional”, mas precisa de mais “ajuda e respeito”.

Ter estrelas Michelin, refere, é uma garantia de “um turismo com mais qualidade”.

Sobre a realização da gala de apresentação do Guia Michelin Espanha e Portugal 2019, na próxima quarta-feira, em Lisboa, naquela que é a primeira vez que o país acolhe esta cerimónia, Koschina considera que reflete a qualidade da cozinha portuguesa, que “tem vindo a crescer nos últimos cinco ou seis anos”.

Questionado se espera alcançar a terceira estrela (‘cozinha única, justifica a viagem’), distinção máxima, o ‘chef’ austríaco é cauteloso: “Vamos ver. Isso é coisa do Guia Michelin”.

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