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Chaves vai poupar mais de 1,4 mil milhões de litros de água em cinco anos

Câmara de Chaves está a desenvolver um projeto de eficiência hídrica que vai reduzir as perdas de água ao longo das redes de abastecimento do concelho. Para além do benefício ambiental, a autarquia garante uma poupança de 2,3 milhões de euros.

 Em 2019, grande parte da água que entrava nas redes de abastecimento de Chaves perdia-se no meio ambiente antes de chegar às torneiras dos consumidores, o que colocava o concelho com ineficiências acima da média nacional.

O Projeto de Eficiência Hídrica com Remuneração por Desempenho celebrado entre o município de Chaves e a Indaqua, vai reduzir o nível de perdas de água do concelho transmontano para cerca de metade dos seus valores atuais, em apenas cinco anos.

O contrato, com um valor próximo de 1,7 milhões de euros, garante ao território benefícios ao nível ambiental, evitando o desperdício de 1,4 mil milhões de litros de água, bem como ao nível económico, já que o concelho obterá uma poupança superior a 2,3 milhões de euros.

Estes resultados multiplicar-se-ão para lá do final do contrato, em 2026, pois a parceria estabelecida pressupõe a capacitação da entidade contratante, neste caso, a autarquia de Chaves, para continuar a aplicar, no futuro, os métodos que permitem a redução de perdas, gerando poupanças anuais avultadas.

O acordo estabelecido segue um modelo inovador no setor da água em Portugal, que transfere o risco do investimento para a empresa e não para a entidade contratante, seja ela pública ou privada. Isto porque a quase totalidade da remuneração da Indaqua depende do seu desempenho, ou seja, do real cumprimento dos objetivos definidos contratualmente para a redução de perdas.

Para alcançar as metas traçadas, a empresa, entre outras ações, vai avaliar a necessidade de reabilitação de infraestruturas, atuar nas redes de água e na implementação de ferramentas de inteligência artificial que vão analisar os dados aí recolhidos e apoiar na rápida atuação no terreno na eliminação de fugas ao longo dos 495 km de redes de água do concelho.

E ainda reduzir a pressão em zonas críticas, de forma a diminuir o número de roturas e os gastos associados à resolução das mesmas. Já ao nível comercial, será feita a deteção e eliminação de consumos e ligações ilícitas e ainda avaliada a renovação do parque de contadores, para tornar mais eficiente a medição e faturação do serviço prestado aos clientes.

“Vemos neste projeto uma forma de promover uma maior eficiência na gestão do abastecimento de água no nosso concelho. Desta forma, estaremos a respeitar um bem que é de todos e que é cada vez mais ameaçado por fenómenos como as alterações climáticas ou a poluição, promovendo um futuro mais sustentável para o município de Chaves, afirma Nuno Vaz, presidente da autarquia.

Em Portugal, as perdas de água nas redes de abastecimento (medidas pelo indicador “Água Não Faturada”) mantêm-se próximas dos 30% há nove anos, muito acima dos 20% recomendados pelo regulador do setor (ERSAR).

A Indaqua tem contrariado esta tendência e, em 2020, alcançou perdas médias de apenas 13,9%, no conjunto dos sete municípios em que detinha concessões municipais de água (Fafe, Matosinhos, Oliveira de Azeméis, Santa Maria da Feira, Santo Tirso, Trofa e Vila do Conde).

Se todo o país tivesse o mesmo desempenho daquela empresa, Portugal pouparia, num só ano, 122 milhões de metros cúbicos de água, o suficiente para abastecer o país durante cerca três meses, e pouparia ainda 70 milhões de euros, o equivalente à reabilitação de mil quilómetros de condutas.

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