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CGTP e UGT: Aumento do horário laboral é “inqualificável” e “trabalho gratuito”

joao_proencaCGTP e UGT lamentam proposta do Governo de aumento do horário laboral, no setor privado, no dia em que a medida vai ser discutida em concertação social. Os sindicatos disparam em direção ao executivo. Segundo Arménio Carlos, da CGTP, “aumentar o horário de trabalho em meia hora por dia corresponde a menos um salário anual”. João Proença, da UGT, é mais curto e incisivo: “É inqualificável”.

Os sindicatos CGTP e UGT estão unidos no combate à medida do Governo, prevista no Orçamento de Estado para 2012, que prevê mais 2,5 horas por semana para os trabalhadores do setor privado. Feitas as contas, estes profissionais vão trabalhar mais 125 horas por ano, números redondos, o que “corresponde a um salário anual perdido”.

“Esta medida de duas horas e meia semanais é o equivalente a cerca de 15, 18 dias de trabalho que o trabalhador oferece à empresa, o que é totalmente inqualificável”, sustenta o líder da UGT, João Proença, que fica surpreendido com o facto de esta matéria estar a ser, sequer, discutida.

Por seu turno, Arménio Carlos, membro da comissão executiva da CGTP, defende que o objetivo da maioria governativa, com esta proposta de aumento da carga horária, é permitir às empresas ter à sua disposição “trabalho gratuito”, oferecido pelos próprios funcionários.

Estas críticas surgem no dia em que a proposta do Governo vai ser discutida em sede de concertação social. Recorde-se que Pedro Passos Coelho anunciou esta medida de aumento de horário laboral para o setor privado ao abrigo de um plano de “emergência”.

Os funcionários públicos e pensionistas com salários e pensões de reforma superiores a mil euros não terão subsídios de Natal e de férias. Já quem auferir menos de mil euros, verá cortado apenas um destes subsídios.

“Esta medida é temporária vigora durante o Programa de Assistência Económica e Financeira que será levado a cabo”, explicou. Já os trabalhadores privados terão mais meia hora de trabalho por dia.

Vieira Lopes, da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, manifestou-se a favor da opção de aumentar o horário de trabalho, mas considerou que seria mais vantajoso para as empresas que o executivo cortasse “três dias de férias, suspendesse pontes e ajustasse os feriados”. Mas o Governo prometeu também suspender alguns feriados e pontes, para aumentar a produtividade.

Já a Confederação da Indústria Portuguesa considera que as alterações aos horários de trabalho “têm pés e cabeça”, mas, segundo António Saraiva, “apresentam algumas lacunas”.

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