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CGD lidera queixas financeiras à DECO em 2018

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) foi a empresa de serviços financeiros com mais reclamações junto da Deco no ano passado, devido à cobrança de comissões bancárias e à falta de clareza na informação de produtos financeiros vendidos.

“A CGD tem como cliente população mais vulnerável, como reformados, que precisam de atenção especial”, disse à Lusa a coordenadora do Gabinete de Apoio ao Consumidor (GAC) da associação para a defesa do consumidor Deco, Ana Sofia Ferreira, recordando que até ao ano passado muitos desses clientes estavam isentos de comissões bancárias mas, por diversas razões, deixaram de estar.

“Estes pagamentos [de comissões bancárias], para muitas dessas pessoas, em situação financeira vulnerável, fazem diferença. Por isso, a cobrança de comissões tem gerado muitas denuncias à Deco” durante o ano transato, acrescentou a jurista.

Além das comissões, a CGD foi motivo de reclamações à Deco por causa de aplicações financeiras adquirias pelos clientes, nomeadamente no que diz respeito à sua rentabilidade, à possibilidade de resgate e penalização associada ao resgate e ainda ao facto de algumas dessas aplicações não poderem ser resgatadas.

“Por serem [muitos dos clientes da CGD] uma população com baixa literacia financeira, habituada a ter uma grande confiança no gestor de conta, no balcão onde têm conta, muitas vezes [o cliente] acaba por fazer aplicações financeiras e produtos financeiras que não são adequados ao seu perfil”, explica a jurista.

Outras vezes, adianta, as reclamações retratam casos de clientes que compraram produtos com condições diferentes daquelas que estavam à espera: “Só quando querem resgatar, ou se apercebem que a rentabilidade é muito abaixo daquilo que pensavam que seria, é que acabam por apresentar reclamação”, explicou.

Segundo a jurista, as reclamações acerca de produtos financeiros da banca, como as comissões bancárias ou aplicações financeiras vendidas pela CGD, são de “muito difícil resolução”, tal como a dos litígios de empreitadas.

Este insucesso contraria a taxa geral de sucesso da Deco que lhe permite obter decisão favorável ao consumidor em mais de 80 por cento dos processos mediados.

“Para esta população cliente da CGD, muitas vezes idosa e mais vulnerável, não ser possível a resolução extrajudicial (fora dos tribunais, com mediação da Deco) significa que não vão exercer os seus direitos”, afirma a jurista, explicando ser muito difícil constituir advogado e avançar para a via judicia sem conhecimentos e disponibilidade financeira.

Os serviços financeiros ficaram em terceiro lugar no ‘ranking’ de reclamações de consumidores à Deco em 2018, com 19.249 queixas, de um total de 23 mil conflitos mediados pela associação.

Lusa

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Etiquetas: CGDDECO

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