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‘Cerejeira do Espaço’ deixa cientistas do Japão sem respostas

cerejeira espaco Há uma cerejeira a crescer no Japão que está a alimentar várias dúvidas aos cientistas. A árvore já floriu, seis anos antes do previsto, e as flores têm apenas cinco pétalas, ao invés das habituais 30. Para aumentar as dúvidas há ainda o caroço, que esteve oito meses no Espaço.

Os cientistas estão incrédulos com o desenvolvimento de uma cerejeira, no Japão. Há um conjunto de novidades que a ciência não consegue, por enquanto, explicar.

A questão começa logo pela ‘adolescência’ precoce. Uma cerejeira demora uns dez anos a florir pela primeira vez e esta está em flor, mesmo só tendo quatro anos.

Logo de seguida, para desesperar os botânicos, essas nove flores têm cinco pétalas: as ‘normais’ têm 30.

Neste caso concreto, os cientistas não podem sequer ir à raiz do problema: é que a semente original desta cerejeira esteve oito meses na Estação Espacial Internacional…

Caroço ‘espacial’

Em 2008, o Japão selecionou várias sementes para uma experiência científica. Vários caroços de cerejeiras, entre outras sementes, viajaram em novembro para a Estação Espacial Internacional, onde ficaram por oito meses.

Ao longo desse tempo, a estação deu 4100 voltas em torno da Terra. Após o regresso, parte das sementes foi dissecada para análise, mas a maioria delas foram semeadas nos locais de origem.

Os cientistas encaram a hipótese da cerejeira ter crescido mais rápido por ser ‘adubada’ com raios cósmicos.

“Poderá dever-se à exposição da semente aos raios cósmicos”, resumiu Kaori Tomita-Yokoyani, investigadora da Universidade de Tsukuba.

A cientista prefere apostar noutra hipótese: a flor da qual veio a surgir o caroço da atual ‘cerejeira do espaço’ terá sido polinizada por uma outra espécie vegetal, levando ao surgimento de uma semente híbrida.

“Do ponto vista científico, por enquanto não sabemos”, admitiu Tomita-Yokoyani, que esteve envolvida, em 2008, no projeto das ‘sementes espaciais’: “a plantação faz parte de um projecto educacional para fazer com que as crianças recolham o caroço e aprendam a plantar, mas pensávamos que as árvores fossem florir passados dez anos, quando as crianças fossem quase adultos”.

Como se não bastassem as dúvidas científicas, há ainda o misticismo. É que a cerejeira provém de uma linhagem com cerca de 1250 anos, mantida ao longo dos séculos pelos monges budistas do mosteiro de Ganjoji.

“Cresceu tão rápido…  É a primeira vez que uma semente proveniente da venerável cerejeira germina e cresce tão bem”, salientou  o responsável pelo templo, Masahiro Kajita.

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