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Cerca de 400 refugiados protestam contra condições de campo na Grécia

Cerca de 400 migrantes, na sua maioria mulheres e crianças, juntaram-se hoje na ilha de Lesbos, Grécia, para protestar contra as condições no campo de refugiados de Moria, há muito sobrelotado, anunciou a polícia local.

Os migrantes começaram a manifestação à saída de campo de Moria, dirigindo-se ao porto de Mytilène, gritando contra as condições de vida e com alguns idosos a transportar macas cobertas de lençóis para simular cadáveres, adiantou o porta-voz da polícia grega, Theodoros Chronopoulos.

O protesto acontece dois dias depois de ter sido registado um incêndio no campo de refugiados, que provocou um morto e 17 feridos.

Os migrantes exigem sair de imediato da ilha e pedem melhores condições de vida, explicou a mesma fonte.

Ao mesmo tempo, uma delegação da organização não governamental (ONG) Oxfam França visitou um campo de oliveiras situado ao lado do campo de Moria, que está cheio de tendas e barracas improvisadas.

“É muito pior do que aquilo que imaginávamos”, afirmou a diretora-geral da Oxfam França, Cécile Duflot.

“Estamos na Grécia, um país da União Europeia. Mais de 40 por cento daqueles que vivem aqui são crianças, que estão a crescer em condições dramáticas”, disse a responsável da Oxfam.

“Temos de fazer com que a situação mude, é preciso tomar consciência da responsabilidade que depositamos na Grécia e naquelas ilhas. Não podemos ficar satisfeitos com aquilo que existe nestes campos”, acrescentou.

Nas últimas semanas, o número de migrantes que chegou às ilhas do mar Egeu multiplicou-se e o campo de Moria passou a albergar cerca de 13 mil pessoas, quando a sua capacidade é para três mil.

O Governo grego anunciou na segunda-feira um plano para devolver 10 mil migrantes à Turquia até ao final de 2020, número muito superior aos 1.800 que foram reenviados para aquele país nos últimos quatro anos e meio.

Também o autarca de Lesbos e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) pediram às autoridades gregas que “descongestionem imediatamente” o campo de refugiados de Moria, depois do incêndio de domingo, e que “acelerem as transferências para o continente”.

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