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Centenas hoje na praia de Carcavelos para ver ou dar o primeiro mergulho do ano

Centenas de pessoas reuniram-se hoje de manhã na praia de Carcavelos, em Cascais, mas bem menos de metade se atreveu a entrar no mar para o primeiro mergulho de 2019.

Pelas 09:15, numa manhã de céu limpo, já alguns arriscavam a molhar o pé e havia até quem mergulhasse e aos poucos, o areal de Carcavelos, a cerca de 20 minutos de Lisboa, foi-se enchendo de pessoas, a maioria reunidas em pequenos grupos, porque o primeiro mergulho do ano “é para a camaradagem”.

Aida mergulha no mar a 01 de janeiro em Carcavelos “todos os anos, desde o Fernando Pessa” [jornalista da RTP entre as décadas de 1960 e 1990]. A sobrinha, Inês, começou “depois disso”, arrastada pela “tia esgrouviada da família”.

“É para a camaradagem. Ela vai buscar-me e eu venho”, contou à Lusa acabada de sair do mar, garantindo que o mergulho “dá sorte”. “Eu estava constipada e até me passou a constipação”, salientou Aida.

Para aquecer, Aida foi “fazer um treino” e Inês “beber vinho do Porto lá acima”, onde houve quem montasse mesas com bebida e comida.

Com 11 anos, Bernardo também é um ‘habitué’ do 01 de janeiro em Carcavelos. Garantindo que “não custa” entrar no mar no inverno, conta que “desde os seis anos” repete o ritual para conseguir “sorte para a família”.

Este foi o primeiro ano que decidiu mergulhar mascarado. O fato de uma das personagens da saga Guerra das Estrelas, aparentemente quente, ficou ensopado e, por isso, garante que “com t-shirt e calções é melhor”.

Bernardo era apenas um dos muitos vestidos a rigor. Havia pássaros, um Capitão América, camisolas de clubes de futebol ou com a bandeira de Portugal, fatos de banho à antiga e até um dálmata.

Vestida com um fato de banho azul como os que se usavam na década de 1920, com touca de pano a condizer, Estela Monteiro, deu hoje o primeiro mergulho do ano pela primeira vez em Carcavelos, uma “loucura, para lavar a alma”.

“Já o tinha feito no Algarve. Aqui pensei, por que não este ano? Vinha com a minha irmã, mas ela está constipada e não quis arriscar”, contou, garantindo, já depois de sair da água, que “foi um espetáculo, uma experiência a repetir, sem dúvida”.

Hoje foi também uma estreia para Cássio Rodrigues, um jovem brasileiro de férias em Portugal, desafiado por amigos a cumprir o que para alguns já se tornou uma tradição.

Confessando que achou a água “muito gelada, gelada demais”, considerou a experiência “muito boa”. “As pessoas daqui são gente muito boa”, referiu.

Cássio foi para Carcavelos com amigos, mas há quem vá em família, como Francisco Barros, que “há uns dez anos” ruma àquela praia a 01 de janeiro para o primeiro mergulho do ano.

“É bom, para limpar”, disse, recordando que “às vezes é o único [mergulho] do ano inteiro”. “O ano passado só dei este, não tive tempo de ir à praia”, partilhou.

Também habituado a mergulhar no primeiro dia do ano está Frederico Nobre, que habitualmente entra no novo ano em cima de uma prancha.

“Geralmente venho surfar, hoje decidi aceitar convite de amigos e vir fazer o mergulho”, disse, confessando que “mergulhar custa mais, é direto à roupa é pior”.

De camisola do Sporting vestida e barrete verde de Pai Natal na cabeça, quando questionado sobre se o mergulho serviria para dar sorte ao clube, respondeu que este “não precisa de sorte”. “Precisa de continuar o mesmo caminho e em maio seremos campeões”, defendeu.

Num dia de inverno, embora de sol, na manhã de 01 de janeiro em Carcavelos “não há frio”.

“A água está ótima e o que interessa é estarmos aqui todos juntos”, rematou Frederico Nobre.

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