Operação da polícia em Caracas (Venezuela) leva à detenção de 243 estudantes, que estavam acampados. A intervenção ocorreu na madrugada desta quinta-feira. A polícia tentou desmantelar acampamentos de jovens, o que provocou tensão e as detenções. Os familiares dos estudantes reagiram mal, o que suscitou mais confrontos com agentes.

Caracas viveu uma madrugada de tensão, em virtude da intervenção da polícia a uma manifestação de estudantes, em protesto contra o regime.

Mais de 200 alunos estavam acampados, mas a polícia travou as ações, o que gerou violência e detenções. No total, 243 estudantes foram transportados para a prisão.

Em reação, os familiares dos jovens saíram às ruas de Caracas, em diferentes zonas daquela cidade venezuelana, o que gerou novos confrontos entre manifestantes e agentes da polícia.

A detenção dos estudantes resultou de uma intervenção surpresa por parte da polícia venezuelana. Miguel Torres Rodriguez, ministro do Interior, revelou à televisão estatal que o objetivo “desmantelar os acampamentos”, uma vez que os estudantes “estavam a praticar atos terroristas” contra as forças de segurança.

Mas os líderes estudantis falam em “emboscada da polícia”. Os jovens garantem que vão prosseguir a sua luta contra o regime e prometem dias de luta nas ruas da Venezuela.

Outro facto que gerou indignação no país foi o cancelamento de uma audiência do julgamento de Leopoldo López, dirigente do partido Vontade Popular que se encontra preso.

Os advogados do dirigente político lamentam que a audiência tenha sido anulada, sem uma remarcação da mesma e sem que as partes tenham sido notificadas.

“Hoje, a Justiça da Venezuela escondeu-se. De que tem medo? Da verdade? Eles sabem que devo ser libertado”, disse Leopoldo López, no espaço do Vontade Popular no Twitter.

Saliente-se que os confrontos entre manifestantes (alguns dos quais estudantes) e as forças de segurança da Venezuela já provocou 41 mortos e cerca de 800 feridos. São dados oficiais.