Economia

BdP prevê 100 mil novos desempregados até 2012

Boletim económico do Banco de Portugal perspetiva uma quebra “significativa” na economia, que permanecerá em recessão até ao final de 2012, com efeitos ao nível do emprego. Vão perder-se 100 mil postos de trabalho, neste período. O aumento das exportações é o sinal positivo a destacar deste documento.

As perspetivas do Banco de Portugal não diferem do cenário previsto por diferentes entidades, em virtude do plano de resgate a Portugal. As medidas indicadas pela troika, que vão ser aplicadas pelo governo de Passos Coelho, trarão recessão e desemprego, ao longo dos próximos 18 meses.

A economia vai regredir e não será capaz de gerar emprego, acentuando, pelo contrário, um cenário de desemprego que se tem verificado nos últimos anos. O PIB deverá quebrar em 2011 e 2012, dois pontos percentuais e 1,8 por cento, respetivamente, fruto de reduções no investimento e de uma quebra do consumo das famílias.

O corte de uma parte no subsídio de Natal, previsto pelo executivo de Passos Coelho, acentuará a estagnação. No entanto, este é apenas um grão de areia num grande deserto de problemas que a economia portuguesa enfrenta.

O Banco de Portugal antevê que se percam cerca de 100 mil postos de trabalho, neste período, em resultado das medidas de austeridade que vão reduzir a atividade económica.

Mas há outras más notícias neste boletim: a inflação deverá crescer, superando todas as recomendações em cerca de 3,4 pontos percentuais. O aumento da carga fiscal (sobretudo o IVA) será preponderante, em virtude do aumento direto no preço de bens e serviços.

Apesar de um quadro negro dentro de portas, as fronteiras vão abrir-se para as empresas exportadoras. Estima-se um crescimento que rondará os sete por cento, o que ajudará a minimizar as ‘agressões’ ao Produto Interno Bruto. Em contra-ciclo, ficarão as importações, o que representa também um dado positivo para a economia portuguesa.

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