Ciência

Células estaminais neurais diminuem no envelhecimento e na lesão cerebral

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Joana Barbosa, investigadora da Universidade de Coimbra, descobriu que as células estaminais neurais se convertem diretamente em neurónios, esgotando o número de células disponíveis no envelhecimento e nas lesões cerebrais. O estudo foi publicado na prestigiada revista Science.

Os resultados da pesquisa “mostram que as células estaminais neurais não geram continuamente neurónios ao longo do tempo, como se assume, mas apenas um número limitado”.

“A população de células estaminais neurais é consumida aos poucos porque as células são convertidas diretamente em neurónios sem qualquer divisão. Esta descoberta contradiz a visão atual de que as células estaminais neurais geram neurónios novos ao mesmo tempo que mantêm a sua própria população”, explica a recém-doutorada do Programa Doutoral em Biologia Experimental e Biomedicina do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) e aluna da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (UC).

Ao longo de cinco anos, a investigadora desenvolveu uma técnica de imagiologia in vivo para estudar aquelas células individuais no cérebro de peixe-zebra adulto, aplicada pela primeira vez num organismo vertebrado adulto.

Observou-se que “no cérebro intacto do peixe-zebra as células estaminais neurais raramente se dividem e, quando o fazem, a divisão realiza-se assimetricamente, dando origem a uma célula que produz neurónios (chamada progenitora neuronal) e a uma célula estaminal.

“No entanto, após uma lesão cerebral, as progenitoras migram para o local danificado e as células estaminais neurais alteram o modo de divisão, repartindo-se simetricamente, originando duas progenitoras que aumentam, dessa forma, a produção de neurónios”, explica.

“A produção de neurónios após lesão resulta num decréscimo de células estaminais neurais, sendo que a manutenção destas células poderá ser a chave para uma regeneração neuronal no longo termo”, conclui a investigadora da UC.

A tecnologia desenvolvida no âmbito do estudo, durante a estadia da investigadora no centro de investigação alemão Helmholtz Zentrum München, poderá auxiliar as tentativas de melhoria da regeneração neuronal em humanos.

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