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“Ser cego não era desculpa”, garante futuro padre

É uma história inspiradora de alguém que quando o caminho pareceu ficar escuro sentiu “a luz” da fé e agarrou com todas as forças as oportunidade que a vida lhe deu. Tiago Varanda entra para a história de Portugal como o primeiro diácono invisual e que, em breve, será o primeiro padre cego, tornando-se um exemplo de que as diferenças não fazem qualquer diferença quando se tem um sonho.

Ordenado diácono no passado domingo, Tiago Varanda  entrou para a história de Portugal como o primeiro diácono cego no país, daqui por um ano, será considerado o primeiro sacerdote cego português.

Desde logo, o diácono Tiago Varanda explica que “o facto de ser cego não era desculpa para não ser padre, não era impossível”.

Porém, ainda viveu algum indecisão até resolver entrar no Seminário e estudar para ser padre.

Antes, chegou a estudar História, a namorar e a ter uma vida como tantos outros homens.

No entanto, o apelo da fé foi mais forte deste religioso que não nasceu cego.

“Nunca vi a 100 por cento, mas via… Ainda aprendi a ler e escrever a tinta, mas tinha que ler com ampliação ou muita luz”, revela, em declarações ao sítio da Arquidiocese de Braga, lembrando que, aos 7 anos, uma operação acabou por lhe retirar por completo a visão.

Acontecendo aquilo que o caminho da fé e da religião lhe antecipa, o padre estará no altar a celebrar a Eucaristia mesmo sem ver mas a… ouvir, ainda que sem a sua cadela-guia.

Atualmente, quando vai à missa, Ibiza, a sua fiel companheira de quatro patas, também o acompanha e Tiago Varanda explica como é que o animal se comporta.

“Quando vou à missa deixa-me ir à Comunhão e fica muito sossegada no banquinho”, explica o futuro sacerdote, atualmente diácono.

Acrescentando: “Por vezes, no final da Eucaristia, ainda fico a rezar um pouco. E ela percebe que quando me ajoelho e depois faço o sinal da cruz, é altura de ir embora. É incrível, é impressionante”.

A verdade é que quando for ele a celebrar missa, algo que poderá acontecer dentro de um ano, Ibiza não estará no altar consigo. No entanto, apesar de ter uma vida em parte dependente do cadela-guia, Tiago Varanda não se deixa amedrontar.

Ser cego não é problema para celebrar missa

Até porque, lembra, ao longo da vida de invisual já aprende uma lição.

“Aquilo que achava mais difícil foi o mais fácil e o que achava que ia ser canja foi o mais complicado”, sublinha, antevendo por isso que será um padre normal, apesar de não possuir o sentido da visão.

No entanto, aprende a “escutar melhor” e Tiago Varanda, de 33 anos, sustenta que é papel dos sacerdotes saberem “escutar” as pessoas.

Certo é que já se fez história em Portugal com a entrada em funções de um diácono invisual que, em breve, se tornará no primeiro sacerdote sem o sentido da visão.

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