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“CDS considera-me responsável pela degradação do partido e… uma boa candidata”

Assunção Cristas, antiga presidente do CDS, lamentou o “parco interesse” do partido no seu contributo e excluiu-se da corrida à Câmara de Lisboa nas próximas autárquicas.

A vereadora na capital explicou que, apesar de ter “o apoio das estruturas locais do partido”, não existem “condições de confiança” para encabeçar a lista do CDS ou de uma coligação com o PSD.

“Três razões essenciais pesaram na minha reflexão: a discordância da estratégia do CDS na negociação de uma coligação alargada com o Partido Social Democrata; o discurso contraditório da direção do CDS, que me considera simultaneamente responsável pela degradação do partido no último ano e uma boa candidata a Lisboa, somado ao parco interesse em falar comigo, num tempo e numa forma que fica aquém do que a cortesia institucional estima como apropriado; e os desafios profissionais que tenho pela frente”, justificou Assunção Cristas.

A decisão foi anunciada após o CDS ter reunido em Conselho Nacional e numa fase “menos dramática” da pandemia de covid-19.

A ex-líder centrista garantiu que o centro-direita “pode conquistar a Câmara Municipal de Lisboa”, desde que apresente “um projeto ambicioso”.

Para tal, além de CDS e PSD, serão necessários “os partidos da direita democrática” que “desejem” integrar esse projeto e “uma forte presença de independentes”.

Em relação à coligação com o PSD, Cristas defendeu que “o critério a adotar deverá ser o resultado das últimas eleições autárquicas”, dando o exemplo de 1979, quando Kruz Abecasis foi eleito presidente “em consequência das eleições que tinham dado 18,9 por cento ao CDS e 15,2 por cento ao PSD”.

O CDS sai favorecido nesta relação, pois em 2017 obteve “o melhor resultado da história”, com 20,59 por cento, enquanto o PSD se ficou pelos 11,2 por cento.

“Mais importante do que o nome que em concreto o CDS possa apresentar é o relacionamento institucional e o cumprimento de critérios objetivos no diálogo entre os dois partidos que precisa de ser protegido e salvaguardado”, referiu ainda Assunção Cristas, frisando que “até agora isso não transpareceu”.

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