Gente feliz com lágrimas, nas Caxinas, graças ao resgate dos pescadores. Depois de três dias de angústia, chega a melhor notícia que os familiares dos pescadores desaparecidos poderiam receber: os seis homens que seguiam no barco ‘Virgem do Sameiro’ agarraram-se à vida, depois de um naufrágio, e foram resgatados. “Isto é uma ressurreição”, desabafa o presidente da Junta de Vila do Conde. “Milagre!”, gritaram os familiares. Os novos heróis do mar seguiram para o Hospital de Leiria.
O resgate dos seis homens que seguiam a bordo do ‘Virgem do Sameiro’ provocou lágrimas de alegrias nas Caxinas, em Vila do Conde, região que vive o drama da morte do mar, de forma reiterada, sem piedade.
No entanto, desta vez, a luta venceu o luto e o mar devolveu a vida que muitos pensavam estar perdida. Choraram-se as mesmas lágrimas, emotivas, mas por razões opostas. “Eu não me acredito, eles estão vivos”, gritavam os familiares.
“Isto foi uma ressurreição… Depois de tantas lágrimas e sofrimento, era a melhor notícia que poderíamos receber”, diz José Postiga, presidente da Junta de Freguesia de Vila do Conde. O presidente da Câmara Municipal de Vila do Conde, Mário Almeida, confessou que “já tinha perdido todas as esperanças” num final feliz para este naufrágio.
“A informação do departamento de buscas e salvamento, segundo a qual iria ser alargado o perímetro de buscas, convenceu-me de que os pescadores teriam sido engolidos. Mais tarde, chegou a notícia de que a estavam três homens na balsa. Depois, a notícia de que afinal estavam todos vivos… Eles estão bem e vão ser seguidos no Hospital de Leiria”, disse Mário Almeida.
Alguns familiares já estabeleceram contactos com a família, mas não forneceram quaisquer informações sobre as razões do acidente. Os seis homens perdidos no mar são heróis nas Caxinas. “Milagre” é palavra pronunciada. A fé afagou o sofrimento e a boa notícia chegou.
Seis vidas foram poupadas pela Marinha, graças a um helicóptero que estava numa missão de treino, interrompida para apoiar as buscas dos pescadores. Segundo o comandante Santos Fernandes, relações públicas do Estado-Maior da Armada, os pescadores foram encaminhados de imediato para uma unidade do INEM, no helicóptero que os recolheu das águas.
Já havia mulheres de luto, tratadas já como “viúvas”. Poucos acreditavam no sucesso das missões de resgate. O Natal das Caxinas será diferente. O luto voltou para o armário. Os seis tripulantes que seguiam a bordo do ‘Virgem do Sameiro’ foram encontrados com vida,
Salvamento
Depois de desaparecidos durante três dias, data do último contacto com as autoridades marítimas, os homens do mar foram localizados numa balsa salva-vidas. Um helicóptero da Força Aérea detetou os pescadores, a cerca de 22 quilómetros a norte do cabo Mondego. Os pescadores do ‘Virgem do Sameiro’ seguiam numa balsa e foram detetados às 11h15.
O último contacto com os elementos da embarcação deu-se na passada terça-feira, quando se encontravam na zona da Figueira da Foz (a cerca de 15 milhas a oeste da costa). De então para cá, nenhum sinal foi emitido, sendo que a Marinha e a Força Aérea partiram para as buscas.
As autoridades não conseguiram determinar a sua posição e perderam o contacto com os homens. Participaram nas missões de resgate um navio-patrulha, um barco de alta velocidade e ainda um outro barco salva-vidas, além de meios aéreos, que se revelaram fundamentais.
