Cavaco Silva quer “reflexão” para saber para onde caminha Portugal

Cavaco Silva, Presidente da República, não se manifesta preocupado em “inventariar soluções e anunciar políticas”, mas pretende “compreender os problemas de Portugal”. Na conferência ‘Nascer em Portugal’, em Cascais, Cavaco sustentou que “é preciso construir os alicerces de um Portugal mais justo, credível e respeitado na cena internacional”, em nome das futuras gerações.

Em Cascais, em proximidade física com os jornalistas, mas longe de qualquer contacto, Cavaco Silva participava na conferência ‘Nascer em Portugal’. E o Presidente da República abordou precisamente o futuro do País, no seu discurso.

Cavaco não quer determinar caminhos, porque entende que esse é o dever de quem Governo, mas incentivou a uma reflexão sobre o Portugal que as futuras gerações vão herdar. O chefe de Estado não aceita resignação, porque há exigências que o presente antecipa.

“Se hoje não aceitamos a resignação perante os tempo difíceis, o futuro exige de todos nós a ambição de construir os alicerces de um Portugal mais forte, mais próspero e justo, credível e respeitado na cena internacional”, afirmou Cavaco Silva.

E este é o principal objetivo dos roteiros do futuro: “Incentivar os portugueses a refletir sobre o Portugal que queremos deixar às novas gerações”. O Presidente da República coloca nos ombros do Governo apontar os caminhos.

“Não estamos preocupados em inventariar soluções e anunciar políticas ou medidas. Essa é uma responsabilidade dos órgãos de soberania que têm a competência de legislar e governar. Queremos compreender os problemas de Portugal em todas as dimensões da sua complexidade”, afirma.

Cavaco Silva pretende ainda saber para onde caminha o País. “Queremos saber para onde vamos”, diz o chefe de Estado, que se recusou a prestar declarações aos jornalistas e não quis explicar as motivações do cancelamento da visita à escola António Arroio, onde uma manifestação o aguardava.

As polémicas declarações sobre a sua reforma geraram um raro fenómeno de contestação ao Presidente da República, com perda de popularidade e afastamento da comunicação social.