Presidente da República teme que Portugal “esteja pior” se portugueses não houver uma “mudança de comportamentos”. Cavaco Silva, numa declaração ao país, revelou que os portugueses só têm um caminho: “Trabalhar melhor, poupar mais e exigir que o Estado faça o mesmo”. A ajuda externa “não é um cheque em branco”, sublinha.

O Presidente da República fez uma declaração ao país, transmitindo alguns sinais de preocupação e alertando os portugueses para a necessidade de estes adotarem uma postura de sacrifício e vigilância.

“Só há um caminho pela frente: trabalhar melhor e poupar mais. É isso que os portugueses têm de fazer. E têm de exigir ao Estado que faça o mesmo. O Estado tem de trabalhar melhor e gastar com mais critério”, disse.

Cavaco Silva alerta para a necessidade de uma alteração profunda nos valores enraizados, para fazer frente às medidas negociadas com a troika, no plano de ajuda a Portugal. “Se não mudarmos, estaremos, daqui a três anos, ou antes disso , pior do que nos encontramos hoje”, alertou o chefe de Estado.

Se não aumentar a “poupança interna e as exportações”, ao mesmo tempo que se “diminuem as exportações”, Portugal “não conseguirá conquistar confiança dos investidores” e terá “dificuldades de financiamento”.

O Presidente da República vai mais longe: cometer erros e esperar que a ajuda externa resolva os problemas do país não é a solução: “Não podemos continuar a viver acima das possibilidades e gastar mais do que produzimos. Não podemos endividarmo-nos permanentemente no estrangeiro”.

Para Cavaco Silva, os 78 mil milhões de euros “não são um cheque em branco que os países nos concedem, para que tudo permaneça na mesma”. São antes um compromisso, “uma oportunidade tem um preço, é temporária e não se repetirá nos próximos anos”.

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