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Cavaco ignora ativistas de defesa da MAC que tinham 14 mil postais para depositar em Belém

cavaco_silva5Vinte ativistas da plataforma de luta em defesa da Maternidade Alfredo da Costa (MAC) queriam entregar 14 mil postais a Cavaco Silva, para que o Presidente da República intercedesse, evitando o encerramento da unidade. Mas as portas do Palácio de Belém fecharam-se e Cavaco foi acusado de “arrogante e prepotente”.

Uma ação de defesa da MAC, nesta quinta-feira, transformou-se num coro de protesto contra Cavaco Silva, depois de o presidente da República ter ignorado a ação da plataforma de Defesa da Maternidade Alfredo da Costa.

Cerca de 20 ativistas deslocaram-se ao Palácio de Belém, em Lisboa, na tarde de hoje, com 14 mil postais que pretendiam entregar a Cavaco Silva, mas o chefe de Estado recusou ouvir os argumentos e a receber os postais, que transmitiam a mensagem de defesa da MAC.

Os postais que defendem a manutenção da maior maternidade do país seguiram para São Bento, para a residência oficial do primeiro-ministro, chefe do Governo que pretende encerrar a MAC.

Ana Amaral, da plataforma de defesa da MAC, revelou que o objetivo daquela ação era solicitar ao Presidente da República que “intercedesse”, no sentido de “evitar o encerramento da MAC”. Porém, Cavaco não aceitou receber os ativistas e provocou uma onda de revolta.

Depois da recusa do chefe de Estado, os ativistas prometem encaminhar os 14 mil postais para São Bento, residência oficial do primeiro-ministro, chefe do Governo que determinou o encerramento daquela unidade de saúde. A data da entrega está por definir, mas os ativistas prometem fazê-lo nos próximos dias.

Nos postais, pode ler-se uma mensagem de repúdio pelo encerramento da MAC, “os utentes de uma unidade de saúde imprescindível, e colocando em causa centenas de postos de trabalho”.

Os defensores da MAC consideram ainda, nessa mensagem inscrita nos postais que Cavaco não leu, que os trabalhadores estão “condenados” a um sistema de “mobilidade forçada, revelando desrespeito pelas suas vidas”. Uma vez que o Presidente da República não aceitou receber os postais, um novo destinatário foi encontrado.

Este movimento de combate ao encerramento maternidade de Lisboa ainda não desistiu da sua luta, apesar de ser intenção do Governo fechar a MAC até ao final do ano. Cavaco Silva não faz esmorecer os membros da plataforma.

Mas o encerramento da Maternidade Alfredo da Costa foi recentemente comentado por Cavaco Silva, que destacou o papel da MAC na “descida da taxa de mortalidade”. O Presidente da República preferiu evitar comentários políticos, mas não deixou de reconhecer a importância da maternidade na Saúde em Portugal.

Confrontado com o fecho de portas da instituição, Cavaco Silva revelou que não iria comentar o assunto “antes de conhecer a decisão do Governo”. No entanto, disse que aquela maternidade cumpriu um papel importante.

Segundo Cavaco, cabe ao Governo “conduzir a política do país”, pelo que o presidente da República “não deve pronunciar-se sobre essa matéria”. “Reconheço o contributo da Maternidade Alfredo da Costa para a descida da taxa de mortalidade em Portugal”, acrescentou.

Recorde-se que o encerramento da Maternidade Alfredo da Costa foi aventado há dias e confirmado mais tarde pelo titular da pasta da Saúde, Paulo Macedo, que adiantou que a decisão está tomada e que a maternidade lisboeta vai encerrar portas até ao final do ano, apesar da revolta da plataforma de defesa daquela unidade lisboeta.

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