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Catarina Martins diz que SNS recebe menos 144 milhões, Costa garante aumento de 156 milhões

A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, puxou dos números para responder a António Costa, depois do primeiro-ministro ter acusado os bloquistas de se juntarem à direita.

Ao intervir no debate da proposta de Orçamento de Estado para 2021 (OE2021), a líder bloquista sustentou que o documento ‘esconde’, na dotação para a saúde, um apoio ao setor privado.

“É certamente necessário recorrer à capacidade do setores privado e social [para o combate à pandemia de covid-19], mas não aceitamos que a pandemia sirva para enfraquer o Serviço Nacional de Saúde [SNS]”, afirmou Catarina Martins.

Nas contas do BE, “as transferências para o SNS estagnam e a dotação orçamental está 144 milhões abaixo do inscrito no Orçamento Suplementar” de 2020.

“Quando o SNS precisava de carreiras atrativas, o Governo escolhe pagar aos privados. Em vez de trazer os médicos para o SNS, [o Governo] manda os doentes para o privado”, acusou Catarina Martins.

Exigindo “responsabilidade, coragem e bom senso” no OE2021, a líder bloquista criticou também o “recuo” do executivo de António Costa “face aos apoios extraordinários criados em 2015”.

Os trabalhadores de setores como “turismo, restauração e cultura” vão “perder o apoio ou vão vê-lo reduzido a muito pouco em 2021”, alertou Catarina Martins, que deu os exemplos de um trabalhador que esteja “casado com alguém que ganhe 845 euros brutos por mês” ou de um jovem que tenha “voltado para casa dos pais” e que perde o apoio no caso dos pais receberem o salário mínimo nacional.

Na resposta, António Costa puxou de outros números, garantindo que o OE2021 “prossegue a trajetória de aumento da dotação do SNS”, que já vem “desde 2015.

“Se atendermos exclusivamente à verba do Orçamento Suplementar de 2020, ainda assim a proposta para 2021 tem um aumento de 156 milhões de euros”, frisou o primeiro-ministro.

“A alternativa” à proposta de OE2021 do Governo “é a da direita”, lembrou o governante, num ‘recado’ final ao Bloco de Esquerda.

“Os outros partidos à esquerda, entendendo que é necessário avançar, não desertam da esquerda para se juntarem à direita, mas viabilizam a passagem deste orçamento à especialidade”, finalizou António Costa.

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