Após a absolvição de Afonso Dias, determinada pelo Tribunal de Lousada, o advogado de acusação, Sá Fernandes, revelou que iria recorrer da decisão. O tio de Rui Pedro revela que o coletivo de juízes “inventou uma tese alucinante”, ao sublinhar, no acórdão, que Rui Pedro esteve com a mãe depois de se encontrar com Afonso Dias. “Eu sempre disse que, se todos mantivessem o que foi dito na fase de inquérito, o arguido seria absolvido”, afirmou Paulo Gomes, advogado de defesa de Afonso Dias.
A absolvição de Afonso Dias determinada pelo coletivo de juízes do Tribunal de Lousada, que ilibou o réu do crime de rapto qualificado, provocou a medida imediata por parte da acusação, que vai recorrer da sentença.
Sem querer comentar este recurso, Paulo Gomes, advogado de defesa, considera que “esta é a decisão expectável”, sendo que “a mensagem desta decisão é que existem órgãos de soberania, que estão acima de muitos poderes instituídos”. Paulo Gomes revela-se “feliz e orgulhoso dos tribunais”.
O advogado de Afonso Dias revela ainda que o arguido que acaba de ser absolvido está “satisfeito” e emocionado. “Abracei a mulher dele, que tal como o filho e a família são vítimas paralelas de uma acusação grave. A tese iria cair…”, diz o advogado Paulo Gomes.
O causídico faz críticas ao facto de o caso ter seguido para julgamento. “Infelizmente, somos forçados a pensar na possibilidade de o fator mediático ter provocado este processo. A verdade é que existe uma interpretação jurídica. É exatamente a que tínhamos desde o início do processo”, diz
O advogado de Afonso Dias não está surpreendido com a decisão do Tribunal de Lousada: “Eu sempre disse que, se todos mantivessem o que foi dito na fase de inquérito, o arguido seria absolvido”.
Menos tranquila estava a família de Rui Pedro. O tio do menor desaparecido, irmão da mãe de Rui Pedro, é duro nas críticas: “Nunca se esperava que um coletivo de juízes inventasse uma tese alucinante de que o último encontro foi com a mãe…”.
À saída do tribunal, Afonso Dias foi alvo de insultos dos populares, que manifestaram incredulidade com a absolvição. Acusado de rapto qualificado de Rui Pedro, o réu acabou por ser ilibado por falta de provas.
Antes da leitura da sentença, a mãe do menor revelara que não pretendia uma condenação, mas apenas o apuramento da verdade. “Não quero condenação, quero o meu filho, quero saber o que aconteceu. E quero Justiça. A minha maior frustração é não saber mais nada sobre o meu filho”, afirmara a mãe de Rui Pedro.
O coletivo de juízes considera que ficou provado que Rui Pedro esteve com Afonso Dias, às 14h00, mas ficou que Rui Pedro esteve com a mãe às 15h30. Depois destas conclusões, e com algumas inconsistências da testemunha de acusação, uma prostituta, não foi possível provar o que sucedeu depois desse encontro entre Rui Pedro e Afonso Dias.
