Afonso Dias foi absolvido pelo Tribunal de Lousada. Acusado de rapto qualificado de Rui Pedro, o réu acabou por ser ilibado por falta de provas. Segundo previra o advogado do arguido, Paulo Gomes, esta era a única decisão possível, “no cumprimento da lei”.

O réu Afonso Dias, que respondia pelo crime de rapto qualificado do menor Rui Pedro, acaba de ser ilibado pelo Tribunal de Lousada. A sentença foi lida ao final da tarde desta quarta-feira.

Antes da leitura da sentença, a mãe do menor revelara que não pretendia uma condenação, mas apenas o apuramento da verdade. “Não quero condenação, quero o meu filho, quero saber o que aconteceu. E quero Justiça. A minha maior frustração é não saber mais nada sobre o meu filho”, afirmara a mãe de Rui Pedro.

Segundo o advogado do arguido, Paulo Gomes, aplicada a lei, Afonso Dias só poderia ser ilibado. “A prova tem de ser feita e há elementos em que não é possível fazer prova”, justificava, antes de conhecer a sentença.

Sá Fernandes, advogado da família do Rui Pedro, considera que “esta é uma etapa, cujo objetivo não era condenar Afonso Dias”. O julgamento foi “um passo”, no caminho em que o objetivo é “saber o que aconteceu” ao desaparecido.

“Neste julgamento foi possível fazer uma reconstituição que nunca tinha sido possível fazer. Estamos mais perto da verdade do que nunca. Falta saber o que aconteceu ao Rui Pedro e tenho esperança em saber essa verdade”, afirmou Sá Fernandes, antes de entrar no Tribunal de Lousada.

O coletivo de juízes considera que ficou provado que Rui Pedro esteve com Afonso Dias, às 14h00, mas ficou que Rui Pedro esteve com a mãe às 15h30. Depois destas conclusões, e com algumas inconsistências da testemunha de acusação, uma prostituta, não foi possível provar o que sucedeu depois desse encontro entre Rui Pedro e Afonso Dias.