Ele era empreendedor social e orador internacional espanhol. Ela, portuguesa e licenciada em marketing. Em 2010 abandonaram as carreiras profissionais para criar, no Porto, uma associação para sensibilizar e ajudar os pais de crianças autistas.
Joe Santos escolheu Portugal, em 2006, para criar “uma empresa de comunicação, à beira-mar, num lugar quentinho”, mas, quis o destino que conhecesse Susana Silva, em Cascais, mãe de duas filhas, uma delas autista.
Do “lugar quentinho à beira-mar” até ao Porto foi apenas um salto motivado pelo amor, do qual nasceu a Associação Vencer o Autismo (AVA).
À agência Lusa, Joe confessou nunca ter tido contacto com o autismo, ficando inclusive “um bocado assustado e sem saber o que fazer” quando era confrontado com essa condição.
Cauí, a filha de Susana, foi o impulso necessário para a criação de um projeto que já chegou “a milhares de pessoas”, entre Portugal, outros países da Europa e o Brasil.
O desempenho enquanto orador internacional foi fundamental para ajudar Joe a “vencer o autismo”, tendo a comunicação como base de um ‘tratamento’ que “está a ter um grande impacto em muitas famílias”.
Quando se “fala com milhares de pessoas, como é o caso, e elas levam algo mais de conhecimento para casa, estas tornam-se no motor de mudança em outras tantas crianças”. “No final, conseguimos muito mais mudança, ajudamos muito mais a comunicar do que num trabalho dirigido a três dúzias de crianças”, sublinha.
Além de uma “perturbação que vai desde o severo ao de alto funcionamento, o que não é uma doença”, Susana Silva explicou que o autismo “tem a ver com a dificuldade que jovens, crianças e adultos têm na interação e relação social” e que passa pela “dificuldade no contacto visual, aos muitos movimentos estereotipados e à dificuldade na comunicação verbal”.
A fundadora da Associação Vencer o Autismo explica que o diagnóstico pessoal surge “por observação”, “com os primeiros sinais a surgirem a partir dos 18 meses”.
Além da ‘casa mãe’, a AVA mantém ainda dois projetos na gaveta por falta de fundos: o Autismo Inclusão e o Autismo Integração.
No entanto, o projeto Autismo Rocks! foi agora financiado em parceria pelo Portugal 2020 e está a ser “desenvolvido na Área Metropolitana do Porto”, tendo como objetivo fornecer “ferramentas a pais, profissionais, terapeutas e à população em geral, no sentido de melhor entenderem o autismo”.
Idealizado em 2017, o Autismo Rocks! apenas chegou ao terreno no início deste ano, e conta com uma mentoria de três anos a todos os que frequentarem os workshops.
“Queremos retirar este estigma negativo do autismo e que a sociedade o passe a ver como algo natural e não como algo que tem de ficar à parte, ajudando estas crianças a atingir o seu máximo potencial”, afirmou Susana Silva.
O embrião de todo o processo, Cauí, tem uma postura ativa na associação e é, aos 18 anos, “muito mais autónoma e independente”.
“Para além de sentir que evoluí, sinto que também estou a ajudar muitas pessoas no mundo, muitas crianças a evoluírem, mostrando que têm capacidades para fazer tudo, como as pessoas normais”, confessou Cauí, que assumiu o desejo de se tornar atriz.
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