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Casados há 73 anos, decidiram partir de mãos dadas

George e Shirley Brickenden, de 95 e 94 anos, estiveram casados durante 73 deles. Apesar de lúcidos, reconheceram as fragilidades que os seus corpos apresentavam e decidiram não esperar pela morte natural, tendo optado pela morte assistida, juntos.

O casal nonagenário preenchia todos os requisitos da morte assistida no Canadá: eram maiores de 18 anos, cidadãos canadianos, perfeitamente lúcidos mentalmente, sofriam de doenças que diminuem a qualidade de vida e não foram forçados por ninguém a tomar esta atitude.

Shirley sofreu um ataque cardíaco em 2016 e quase morreu, sofrendo com regularidade de dores devido a uma artrite reumatóide. George, por seu turno, sofria de um problema cardíaco crónico, tendo já sido encontrado inconsciente.

Decidiram, em conjunto, abandonar a vida ao mesmo tempo, numa bela tarde de primavera, de mãos dadas, na cama que partilharam durante 73 anos.

De acordo com uma filha do casal, Pamela, a mãe questionou: “Estás pronto?”, “Estou pronto quando estiveres”, respondeu George.

A família reuniu-se para se despedir de um casal inspirador, depois de um brinde de homenagem aos 73 anos de casados. Entraram no quarto e viram os dois médicos injetarem-nos com os medicamentos que colocaram um ponto final na suas vidas.

“Eles sorriam, olharam um para o outro. (…) Então a minha mãe olhou para nós e disse ‘amo-vos a todos'”, explica Pamela, citada pelo site Patheos.

O casal pôs fim à sua vida como sempre desejou, na velhice, em casa, sem dor, ao lado do seu grande amor e cercado pelos filhos. É exatamente por isso que a morte assistida existe no Canadá, que considera ser uma tortura forçar as pessoas a viver com dores até ao fim dos seus dias.

Apesar disso, a lei não é consensual naquele país, com várias pessoas religiosas a considerarem-na uma “afronta aos planos de Deus”.

Em Portugal, este é um assunto ainda em debate, com o Bloco de Esquerda e o PAN a apresentarem um projeto-lei sobre o tema. O PS vai também apresentar um projeto próprio de legalização da eutanásia, enquanto Os Verdes também apresentarão um diploma.

Veja George e Shirley Brickenden.

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