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Casaco tecnológico português promete reduzir taxa de fatalidade nas estradas

A Vime, uma empresa portuguesa, criou o Musgo, um casaco tecnológico e amigo do ambiente que promete reduzir as taxas de fatalidade com peões. Veja o vídeo.

Chama-se Musgo, o mais recente casaco iluminado destinado aos amantes de desporto, trabalhadores ou até mesmo peregrinos, que tem um sistema de iluminação inteligente com fibras óticas.

A tecnologia é 100 por cento portuguesa, assim como a produção e tem como objetivo diminuir o número de fatalidades existentes com peões, que em 75 por cento dos casos ocorrem no escuro.

O casaco, que dispõe de uma aplicação móvel para utilização em smartphone, chegou ao mercado português e está disponível para compra na plataforma de financiamento colaborativo Indiegogo, onde está a decorrer uma campanha de crowdfunding nos próximos 30 dias com o objetivo de angariar cerca de 70 mil euros.

De acordo com um relatório da agência norte-americana para a segurança rodoviária (NHTSA – National Highway Traffic Safety Administration), em média, um peão foi morto aproximadamente a cada 1,5 horas em acidentes de trânsito em 2016 e 75 por cento das fatalidades ocorrem no escuro. Foi esta a principal motivação dos empreendedores que desenvolveram esta solução, que pretendem que seja comercializada a uma escala global.

“O sistema de iluminação inteligente com fibras óticas que desenvolvemos aumenta a segurança dos utilizadores através da iluminação ativa e é “inteligente” graças ao recurso a sensores que existem num smartphone e que ajudam, por exemplo, a sinalizar a travagem de um ciclista ou informar um trabalhador que saiu da área de segurança”, explica Filipe Magalhães, diretor científico e tecnológico da VIME, entidade que juntamente com as também empresas portuguesas SCOOP e LAPA são responsáveis por este novo conceito.

De acordo com o responsável, os produtos existentes no mercado com iluminação ativa, isto é, que não dependem de fontes de iluminação externa para depois a refletirem, não apresentam a componente de “inteligência” conseguida através da utilização dos sensores do telemóvel.

Para garantir uma maior segurança de corredores, ciclistas, trabalhadores, peregrinos ou até de caminhantes casuais, alguns dos potenciais utilizadores do casaco, a empresa apostou num design arrojado, incorporando fibras óticas que constituem o núcleo do sistema de iluminação em contextos de baixa iluminação ao ar livre.

A aplicação mobile permitirá ao utilizador selecionar a cor, a intensidade e a frequência do efeito de piscar, quer manualmente, quer utilizando os sensores existentes em qualquer smartphone para despoletar eventos na iluminação. Estrategicamente, estas funcionalidades serão adicionadas à aplicação já existente dos parceiros Lapa, e estará disponível quer para Android, quer para iOS, beneficiando assim da ampla comunidade de utilizadores mundiais já existentes.

A iluminação inteligente do Musgo permite, por exemplo, sinalizar automaticamente a travagem/desaceleração de um ciclista para os condutores em redor, indicar automaticamente a um caminhante/corredor que alcançou uma determinada localização geográfica ou avisar automaticamente a um trabalhador que ultrapassou um perímetro de segurança.

O casaco inclui uma série de outras características premium, tais como um “bolso saudável” para isolar o corpo da radiação emitida pelo smartphone; uma “cauda rebatível” para evitar salpicos/sujidade na roupa de quem andar de bicicleta em condições de chuva; bandas de silicone nos ombros para aumentar a aderência de sacos e mochilas; bolsos ventilados com fechos bidirecionais para regulação de temperatura e um painel respirável cortado a laser.

Mas a inovação do Musgo não está apenas no salto tecnológico nem no design, mas também na produção amiga do ambiente.

Musgo é feito com um tecido que incorpora partículas de carvão ativado obtidas a partir de cascas de coco recicladas. Produtos feitos com este tecido passaram com distinção testes realizados no deserto do Sahara, na região Antártica, bem como testes realizados por atletas profissionais.

As vantagens deste tecido? “Não se desgasta (pode ser lavado mais de 100 vezes sem comprometer a sua forma e estrutura), não vinca, seca 92 por cento mais depressa do que o algodão e bastante mais rápido que outras fibras técnicas usadas em vestuário desportivo, elimina odores e bloqueia radiação UV”, explica Filipe Magalhães.

O Musgo é 100 por cento produzido em Portugal utilizando materiais de elevada qualidade com desempenho superior (repelente à água; à prova de vento; respirável; lavável; leve).

Com a campanha de crowdfunding, as instituições responsáveis pelo desenvolvimento do Musgo pretendem atingir 70 mil euros para poderem, entre outras questões, avançar com a produção industrial dos casacos e atingir uma relação de custo que permita colocar o produto no mercado a um preço competitivo.

Durante a campanha, o casaco vai estar disponível a um custo de 287 dólares (o equivalente a cerca de 250 euros), sendo que este preço é exclusivo para doadores.

Após o final da campanha, e dependendo dos objetivos atingidos, o casaco vai estar disponível por um preço que deverá rondar os 600 dólares num site dedicado ao produto, não estando para já prevista a sua disponibilização em lojas físicas.

Para além de Portugal, o casaco quer chegar aos mercados norte-americano, ao Canadá, Reino Unido e países do Norte e Centro da Europa, Holanda, Alemanha, Áustria, Polónia, Bélgica, Noruega, Suécia, Finlândia, países onde as horas de sol são reduzidas e, por isso, há maior procura deste tipo de soluções.

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