Os cartões de crédito e de débito são, atualmente, a forma mais utilizada para a realização de pagamento. São mais cómodos e fáceis de transportar que o dinheiro. Na Suécia, por exemplo, apenas um por centro das transações são feitas com recurso ao dinheiro tradicional. A questão que se coloca é, afinal, como chegamos à utilização massiva dos cartões de crédito? A resposta: a fita magnética, e um ferro de engomar.
Uma pesquisa do Instituto Gallup, em 2016, mostrou que apenas 24 por cento dos cidadãos americanos recorrem a notas e moedas para pagar as suas despesas. No Reino Unido, o pagamento através de cartões tem vindo a crescer de ano para ano. Na Suécia, no entanto, o caso é extremo, com apenas um por cento das transações a serem realizadas com dinheiro.
Segundo investigadores, a utilização de cartões de pagamento está a crescer progressivamente já que permitem, agora, transações sem contato. Isto é, sem a necessidade de se introduzir um código pessoal.
Apesar disso, o primeiro passo para esta inovação foi dado há algumas décadas, através da implementação da fita magnética.
O cartão com uso da fita magnética nasceu em 1960, por Forrest Parry, mas a sua utilização era demasiado complicada à altura. O conceito nascera dez anos antes, também por dois americanos, Frank McNamara e Ralph Schneider, fundadores da primeira empresa de cartões do mundo, o Diners Club.
De acordo com a informações do site da empresa, McNamara criou os cartões como que por acaso. Certa noite, por não ter a carteira consigo, pagou a refeição num restaurante com recurso a um “cartão de papel”. Seria talvez o passo para os cartões como os conhecemos hoje em dia.
A utilização desse método, todavia, tinha demasiadas implicações burocráticas entre o cliente, restaurante e o banco. Por isso, a aplicação da fita magnética tornava-se imprescindível.
A origem da fita magnética remonta aos anos 50, durante a Segunda Guerra Mundial, quando foram criadas as bases de dados computorizadas. Mais tarde, essas bases seriam codificadas e coladas na fita magnética.
O problema surge exactamente no processo de colagem de informações na fita. Forrest Parry tentou todo o tipo de colas – algumas não era aderentes o suficiente, outros simplesmente danificavam os dados armazenados.
A solução, por incrível que pareça, estava nas mãos da mulher de Parry. Enquanto engomava a roupa, com recurso a um ferro para o efeito, a esposa decidiu derreter a fita sobre o plástico. Estava dado o mote para o crescimento dos cartões de pagamento.
Apesar de todo o romantismo e vantagens que esta criação trouxe até aos dias de hoje, há também alguns aspetos negativos que devem ser sublinhados.
Especialistas em comportamentos económicos dizem que o fato de usarmos cada vez mais os cartões para fazer pagamentos é chamado de “gasto sem frição”, isto é, psicologicamente dói menos gastar o dinheiro que “não se vê”.
Há quem defenda, no entanto, que a tendência futura seja a de que estes cartões sejam substituídos por formas mais simples de pagamento. Para além das aplicações de telemóvel, é possível que no futuro próximo hajam ainda mais novidades.
Para o site CreditCards.com, dentro de 50 anos, será utilizada uma tecnologia que tenha como base a identificação biométrica, um “sistema de identificação 100 por cento à prova de roubos, que poderá até usar o padrão de DNA”.
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