Desporto

Carta de Rui Patrício revela que Bruno de Carvalho despediu Jorge Jesus

Na longa carta a justificar o pedido de rescisão do contrato, Rui Patrício citou uma conversa entre a Direção do Sporting e a equipa técnica, na qual Jorge Jesus e adjuntos foram informados de que o clube “não contaria mais com eles”.

Essa reunião ocorreu a 14 de maio e antecedeu um encontro de Bruno de Carvalho com o plantel.

Na véspera, o Sporting tinha perdido na visita ao Marítimo, tendo-se registado “um momento de grande tensão e de provocação” no Aeroporto Cristiano Ronaldo, como descreveu Rui Patrício.

Segundo o guarda-redes, “alguns adeptos”, liderados por Fernando Mendes, “ex-chefe da claque da Juve Leo”, disseram que “faziam o que queriam”.

Tal aconteceu no domingo. No dia seguinte, 14 de maio, ocorreram então as duas polémicas reuniões, com Bruno de Carvalho a encontrar-se primeiro com a equipa técnica e, de seguida, com os jogadores.

“O presidente da Sporting SAD reuniu com a equipa técnica e informou-os que o Sporting não contaria mais com eles”, revelou Rui Patrício, na página 22 da carta em que comunica a rescisão unilateral do contrato.

O guarda-redes sustenta que Jorge Jesus foi despedido verbalmente, tal como foi noticiado na altura.

“A seis dias do Sporting disputar a final da Taça de Portugal, o presidente entendeu que a melhor maneira de dar estabilidade ao grupo (…) foi despedir a equipa técnica”, reforçou.

Rui Patrício relata ainda que foi na reunião com os jogadores que Bruno de Carvalho comunicou a “antecipação do treino de quarta-feira para terça-feira”, dia em que aconteceram as agressões na Academia de Alcochete.

“De repente, começaram a entrar homens encapuçados para dentro do balneário, agredindo os jogadores, elementos da equipa técnica, médica, funcionários e gritando expressões atemorizantes”.

Ao descrever os incidentes, o capitão do Sporting reforçou que “o treinador principal”, Jorge Jesus, “foi também agredido”.

“Instalou-se um verdadeiro clima de terror e de caos no balneário: Jorge Jesus sangrava, Bas Dost na marquesa também a sangrar, jogadores em pânico”, acrescentou Rui Patrício.

“A verdade é que todos tememos pela vida. A partir de determinada altura, o descontrolo era tal que senti que podia não sair dali com vida. (…) Existem responsáveis do ataque de Alcochete que fugiram e podem voltar a atacar-nos”, concluiu.

Leia aqui a carta de Rui Patrício na íntegra.

Em destaque

Subir